quarta-feira, dezembro 27, 2006

Nacionalidade: Europeia

A poucos dias do reconhecimento oficial da Roménia e da Bulgária como membros, a União Europeia continua numa espécie de limbo não assumido, resultante da não aprovação por parte dos cidadãos franceses e holandeses à ratificação do Tratado Constitucional Europeu... É certo que bastava um “não”, mas este veio logo de dois dos países fundadores.

A posição oficial que transparece dos líderes de cada país é a de que nada se passou: tentar não falar muito do assunto para não ferir susceptibilidades nem comprometer relações, criando um ambiente de impasse abafado no qual não me sinto muito confortável, temendo que o futuro da Europa esteja, mais do que nunca, indefinido.

Indefinido mas não condenado, disso estou certo, pois muitas outras contrariedades emergiram desde os tempos da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (para os mais novos, a CECA das aulas de História, se bem se lembram) e, cinquenta e cinco anos depois, a realidade fala por si: mercado comum com moeda (parcialmente) única, políticas comuns ao nível da agricultura e das pescas, bem como a incorporação do Acordo de Schengen na União, mudaram, efectivamente e para melhor, a vida dos cidadãos de cada estado-membro. E o cerne do problema que vai atrasando a consolidação europeia está aí, na definição de cidadão da União Europeia como habitante de um dos seus estados constituintes.

Cada pessoa, dentro da sua nacionalidade, vai ouvindo expressões como “Banco Central Europeu”, “Tribunal Europeu de Justiça”, “Conselho da União Europeia”, “Parlamento Europeu”, “Comissão Europeia”, “Constituição Europeia” ou “Estratégia de Lisboa” que em conjunto formam uma Europa de que a maioria só tem conhecimento vago, ignorando as responsabilidades concretas de cada uma das instituições ou o significado dos acordos que foram sendo assinados ao longo dos tempos. Por exemplo, no nosso caso, até admito que um qualquer português reconheça José Manuel (Durão) Barroso como presidente de qualquer coisa “lá da Europa”… mas isso não basta!

Há já vários anos, mas especialmente agora, depois desta fase de alargamento abrupto, em que a União passou, em três anos, de 15 para 27 estados-membros, que se torna óbvia a necessidade de uma constituição que, encerrando todos os tratados europeus já em vigor, delineie novos caminhos a seguir que possam simplificar os processos de decisão.

Ora, se não conseguimos consciencializar os europeus desta urgência, não faz muito sentido continuar como nada se passasse. É imperativo aproximar a população das instituições europeias e as eleições directas não são a única alternativa. Os governos estão sempre relutantes em reconhecer que uma parte considerável da soberania da respectiva nação não está já nas suas mãos, o que em nada contribui para esta urgente mudança.

Torna-se, portanto, evidente, que é preciso dar mais crédito às acções realizadas pela UE, muito para além da iDeia de que se tratam apenas de alguns senhores engravatados lá por Bruxelas, a impor restrições, a apontar para o que vai mal em cada país e, vá, de vez em quando, mandar algum dinheiro.

Ainda mais importante que isso, há que criar o sentimento de união entre as pessoas, há que ter alemães a pensar em búlgaros como compatriotas, de igual para igual. Eu, pessoalmente, sinto-me, e sempre me senti, europeu, tanto ou mais do que português, e escrevo isto na tentativa de, de alguma forma, alertar e ajudar a construir a tal «União entre as pessoas e não uma cooperação entre estados».

Penso que não haverá um único português que não consiga reconhecer as vantagens de pertencer à União Europeia... O mesmo já não posso dizer dos franceses ou ingleses... Esta é uma forma simples de verificar que existe mesmo uma Europa a duas velocidades (e tão devagar que Portugal tem andado ultimamente…) mas, sendo essa uma realidade efectiva, não quer dizer que com a consolidação de políticas comuns e de bons desempenhos governamentais se possa chegar, em poucas décadas, a um bloco sólido que continue a caminhar para o sonho de Jean Monnet: uma verdadeira federação europeia.

domingo, novembro 26, 2006

Natal, B.

Falta menos de um mês. Famílias reúnem-se, provavelmente pela única vez em todo o ano… Horas aborrecidas para uns, ansiadas por outros, mas é inegável que ninguém fica indiferente ao espírito natalício.

Durante as próximas semanas o consumo vai disparar, é certo, mas, contrabalançando, muitas iniciativas de solidariedade social terão significativamente mais sucesso, por exemplo. Analisando bem, esta é a altura em que mais palavras trocamos com desconhecidos: para além do normal “obrigado” seguem-se sempre mais umas “boas festas” ou um “feliz Natal”, sinal de que, creio eu, para além de sermos bem-educados, o Natal mexe efectivamente com cada um de nós.

Porque será, então, que esta influência se verifica? Sinceramente, não tenho resposta. Posso dizer que, claramente, não é por motivos religiosos. A velhinha “história” do nascimento de Jesus Cristo vai-se perdendo, ao longo do tempo, tornando-se, de uma forma geral, como que um mero acessório, tradicional nesta quadra festiva já adoptada por pessoas de outras comunidades religiosas não cristãs.

Permanece comigo a dúvida relativamente ao motivo, mas é evidente que, por estas alturas, as pessoas se revelam mais sensíveis ao estabelecimento das relações humanas, das mais simples e meramente cordiais, até às mais profundas, com o aperto dos seus laços estruturantes.

Falta menos de um mês e, como era de esperar, já começou a correria. Mesmo assim, nem tudo é mau nesta época, até porque já temos a nossa Árvore de Natal Millenium BCP/SIC a iluminar o Terreiro do Paço, liderando todas as outras iluminações festivas características, espalhadas por quase todas as cidades, vilas e casas do nosso país.

É um pouco esta a essência do Natal de hoje em dia: pessoas mais próximas, um ambiente especial. A artificialidade até pode ser discutível mas o que me apetece dizer é: eu gosto!

Natal, D.

Falta menos de um mês e isso já é visível.
Os jornais e revistas já se encheram de catálogos da Phone House e da Fnac com as promoções mais apelativas possíveis e é bom folheá-los e escolher “o meu presente”. A televisão já passa os anúncios da barbie e o seu cavalo mágico ou do action man com a sua arma-canhao-secreta. E eu gosto de passar os olhos pelo mesmos e acompanhar o crescimento do nenuco que antes só fechava e abria os olhos e hoje consegue fazer xixi sozinho. Isto é o natal.

Ontem a noite, na Praça do Comércio em Lisboa, a maior árvore (metálica) da Europa acendeu as suas luzes e toda as ruas da baixa-chiado seguiram os seus passos. Em directo a Sic acompanhava o momento e não faltaram as entrevistas da praxe à “pequenada” presente. E eu divertir-me com elas, principalmente quando um deles disparou que “queria um jogador do Benfica como presente”. Isto é o natal.

Já tive várias pessoas a desejarem-me “um santo natal se não nos virmos até lá”, mesmo de quem não o festeja, e é bom juntar um (este) desejo para além do trivial “adeus, até um dia”. Isto é o natal.

É nesta altura que a maior parte das famílias se juntam à mesa, dividem o bolo rei ou a lampreia e esquecem todos os desentendimentos. Mesmo que já no dia 26 andem aos insultos. E depois? Pelo menos um dia foi conquistado.

Sim, a publicidade avermelhada, as iluminações citadinas, a comida a condizer e as saudações natalícias fazem um todo que só acontece uma vez por ano. E é por isso que deve ser aproveitada. Minimizar tudo o que tem de imperfeito e atesta-lo com tudo o que tem de melhor. Aproveitar que dali a 6 dias, já estamos em 2007! Isto é o natal.

Have Yourself A Merry Little Christmas.


P. S 1 –. Metam as mãos nos bolsos e passeiem sem qualquer compromisso em mente. Olhem para as luzes e suspirem. Cerca de 2,5 milhões de lâmpadas estão espalhadas por 45 ruas da capital e os 75 metros de altura da árvore estarão a vossa disposição até dia 6 de Janeiro.

P.S 2 – E provavelmente iremos ver pela quadragésima oitava vez o E.T.
*

segunda-feira, novembro 20, 2006

O Mundo que vai mudando a Caixa, B.

Anos passam, gerações sucedem-se. Ao longo dos últimos 80 anos, muitas e profundas mudanças tiveram lugar, nos mais variados aspectos que definem a humanidade que constituímos. É verdade que não parece, mas é mesmo por aí que ronda a idade da nossa Televisão. Entre os desenhos animados da primeira demonstração em 1924 e o último episódio do Gato Fedorento, acontecimentos como a 2ª Guerra Mundial ou, por cá, a revolução de 25 de Abril, impuseram transformações drásticas na programação televisiva, que de outra forma evolui naturalmente, ao sabor da tecnologia e dos requisitos da sociedade.

Constante tem sido o debate acerca da influência da televisão (e dos videojogos, entre outros) no crescimento das crianças e jovens. Numa altura em que as televisões portuguesas começam a apostar a sério em séries de ficção americanas de grande qualidade, e depois da febre dos reality shows, são séries nacionais de produção “em massa” que continuam a liderar as audiências. Com textos de fraca qualidade, os temas são diversos, é certo, mas sem qualquer tipo de profundidade e incapazes de instruir as camadas mais jovens. Por outro lado, a ficção com textos de qualidade superior aborda, muitas vezes, temas capazes de ferir susceptibilidades e, admito, de influenciar comportamentos em casos pontuais. Parece-me que o ponto-chave dessa questão reside exactamente aí, na especificidade de cada caso, com a sua própria situação familiar e social, pois creio ser claro que a televisão não constitui, por si só, um entrave à formação saudável de um adulto competente e equilibrado.

Posto isto, não quero dizer que não seja necessário ter atenção e chegar a um entendimento quanto à organização tema/horário dos canais generalistas mas, na realidade, até isto vai perdendo importância com a expansão do cabo/satélite e a possibilidade que daí advém de vermos o que quisermos, quando quisermos.

Recém-chegada a Portugal está a televisão de alta definição que nos traz uma qualidade de imagem e som que transformam por completo a experiência de ver televisão. Confrontado com isto apetece-me perguntar: será que a televisão portuguesa merece?

Ora vejamos… Ficção nacional? Definitivamente não. Como referi acima, salvo muito raras excepções, todas as séries que se vão fazendo por cá ficam muito aquém do que podiam e deviam ser. Para além dos textos, não ajudam os baixos orçamentos, assim como uma parte considerável dos actores. Das restantes formas de entretenimento também não há muito a destacar, com as estações a apostarem frequentemente em concursos de formatos estrangeiros, quase invariavelmente sem grande longevidade. Ainda assim, programas já com história, como o Curto Circuito, ou novinhos em folha, como “Diz que é uma espécie de magazine”, constituem excepções, revelando-se programas de grande qualidade, mesmo quando comparados internacionalmente com outros do mesmo género.

Noutro nível, temos a informação, que cresceu muito nos últimos anos. Com dois canais temáticos e três estilos diferentes de jornalismo os portugueses têm ao seu dispor um forte leque de jornalismo informativo nas suas televisões. De há uns anos a esta parte têm emergido e expandido diversos espaços de comentário e de debate com audiências muito significativas e uma cobertura completa e precisa de tudo o que se passa em Portugal e no mundo.

Com tudo isto, é mais ou menos óbvio que a programação televisiva tende a definir-se de acordo com as preferências de maiorias, podendo servir como espelho da sociedade em que se insere. No nosso caso, regista-se uma evolução muito positiva relativamente ao olhar sobre a alDeia global que os portugueses parecem querer ter. A confirmar-se, vem tarde, é certo, mas saúda-se esta nossa mudança.

O Mundo que vai mudando a Caixa, D.

Anos passam, gerações sucedem-se. Mudam-se as gerações… mudam-se as vontades. É claramente visível a metamorfose pela qual a nossa televisão tem passado ao longo dos tempos. De espectadores atentos e pachorrentos, passamos a consumidores despertos e inflexíveis. Tal e qual uma sociedade “fast food”. Não há muito tempo. Se não gostamos logo nos primeiros 5 segundos, o comando é nosso amigo. E a Tv passa de estação em estação até nos saciar o apetite.

Com este corrupio as produtoras começam a tentar produzir mais e melhor para no satisfazer. As séries melhoraram. Há quem diga. Passámos a ter muito mais acção. Tiros. Explosões. Frenéticas perseguições. Tudo em prol de uma exaltação que nos tire do assento do sofá e nos transporte para aquele momento. Por outro lado as histórias passaram a ser mais simples, sem ornamentos ou complicações. Para que nos façam por 40m viver emoções únicas e fáceis de compreender.

O Público de domingo passado contava com uma notícia com o título “Novembro é o mês mais cruel para as séries americanas”. Jeff Barder, director de programação da ABC diz “As séries que tiveram maiores níveis de criatividade não foram aquelas que as pessoas correram a ver”. Veja-se o caso de “Studio 60 on the sunset strip” que esteve cambaleando perigosamente na linha do cancelamento. E continua – “Sucessos como “Lost”, exigem um esforço intenso por parte dos fãs para seguirem a história complicada. Muitos responsáveis na televisão consideram que há várias novas séries este ano que estão a exigir demasiado dos telespectadores que já não estão dispostos a gastar tempo com isso”.

Se antes uma série como “Dallas” conseguia o feito de juntar toda a família para um serão bem passado, hoje em dia, séries como “Criminal Minds” ou “Ugly Betty” fazem as delícias das audiências que têm hoje o poder de decidir o que se tornará na série mais bem sucedida de sempre ou aquela que ficará carimbada como “o maior fiasco da história”.

Se dizem que a televisão mudou o nosso mundo é verdade. Mas também não deixa de ser, que o mundo, tem cada vez mais, também, a capacidade para mudar a caixinha mágica.

P.S. “Grey’s Anatomy” passa aos domingos na RTP! Obrigatório. *

quinta-feira, novembro 09, 2006

Marketing






Exactamente uma luva. Nem mais nem menos. Foi isto que me ofereceram hoje num centro comercial no coração de Lisboa. Junto à mesma, vinha um papel que dizia:

“ No dia 9 de Novembro venha à loja buscar o seu par…”

Simples, directo e persuasivo. Que melhor maneira para se chamar os clientes para a abertura da nova loja?

Um beijinho à malta do marketing da C&A. *

domingo, novembro 05, 2006

Halloween, B.

Mais uma semana de Halloween passou! Tudo na mesma. Não me lembro bem da do ano passado e esta frase está já pronta a ser reutilizada no próximo.

A verdade é que, por cá, o nosso Dia das Bruxas tem um impacto muito pouco significativo na sociedade. Mesmo assim, sempre é mote para algumas festas, merecendo pequenos destaques na imprensa, mas nada que se aproxime das tradições fortemente enraizadas em países como os Estados Unidos ou Inglaterra.

Para nós, parece-me mais um aquecimento para o Natal que começa a estar na mente de toda a gente. “Já” só falta “pouco” mais de um mês... Daqui a nada surge mesmo a meia vermelha nos logótipos dos vários canais! Vão emergindo os tradicionais anúncios e as montras não tardam a mudar. As empresas de crédito rápido, por seu lado, não perderam tempo e já oferecem milhares de euros, a pagar só no próximo ano. Porque esperam os portugueses? Está na hora de sair de casa, comprar tudo o que não precisamos e algumas coisas que até vão dar jeito! Porque não, uma prenda a nós próprios?

O aproveitamento de datas festivas para fins comerciais é e será sempre, obviamente, uma realidade. O problema aparece quando esse aproveitamento se redefine como transformação, prejudicando de forma mais ou menos grave a vida de muitas famílias. De todo, não creio que a culpa seja de quem publicite (dentro dos limites legais, claro está), sendo antes necessário operar uma mudança na maneira de pensar de muitos cidadãos.

Digo isto ainda a alguma distância do pico natalício, de forma a poder contribuir para uma reflexão séria sobre o assunto. O que está mal não é gastar muito por alturas do Natal, mas sim, gastar demais, “com” o Natal ou qualquer outra situação motivada exclusivamente pelo calendário ou por outro qualquer irrealista sentido de necessidade. É complicado gerir um orçamento familiar e a palavra-chave que encerra todo o cerne desta problemática é: “consciência”. Há que ter plena consciência das possibilidades, das verdadeiras necessidades e, sobretudo, consciência de que há um futuro aí a chegar, onde qualquer acção mal pensada se vai repercutir negativamente.

É por isto, ou melhor, pela falta disto, que gosto do nosso “Halloween”… por enquanto quase que só é preciso ter consciência de que o feriado está a chegar.

Halloween, D.

Mais uma semana de halloween passou! Muitos foram aqueles que nem sequer deram por ela, mas outros houve que a festejaram como nunca dantes visto. Francisco Louça na 2ª página do semanário Sol desta semana diz “Dei o primeiro beijo aos 13 anos”.
Alguém que comente, porque eu vou passar a frente.

- Ouvi pela primeira vez o cover de Skye Edwards da música “Feel Good Inc” dos Gorrilaz. É a sugestão MP3 da semana.


- O verniz estalou (literalmente se é que elas pintam as unhas) entre duas senhoras na Câmara Municipal de Lisboa. Os insultos entre Maria José Nogueira Pinto e Paula Teixeira da Cruz chegam todos os dias as páginas dos jornais e deliciam qualquer um que passe os olhos por aquelas linhas. Uns dizem que é porque existem divergências relativamente a um processo que envolve funcionários da câmara residentes em chelas que andam a tentar comprar as suas casas, outros que afirmam que será porque Paula Teixeira apoiou os moradores da Av. João VI que se manifestavam contra uma decisão de Maria Nogueira. Pois devem ser estas duas e muitas mais as razões. Certo é que a costa está minada e até o líder social democrata já se deslocou a CML para tentar apaziguar os ânimos. Entretanto, se a coisa der mesmo para o torto, talvez surjam mais umas vozes anti-Carrilho e se comece conversações para uma coligação PSD-PS.
E porque não?

- Em Cuba, no Alentejo, foi inaugurada uma estátua em homenagem ao descobridor Cristóvão Colombo. Este nasceu em Génova, Itália, mas novos dados descobertos por investigadores provam que a verdadeira identidade deste é portuguesa. E querem desde já efectuar uma análise ao DNA do mesmo para o provar! Nesse mesmo dia, o largo onde se encontra a estátua foi baptizada de Cristóvão Colombo. Mas não chega! Não! O navegador terá, ainda, um museu em sua homenagem e o futuro aeroporto de Beja será apelidada com o mesmo nome. Só esperamos que não haja mais nada para colocar uma alcunha pois não será muito difícil de adivinhar qual irá ser a escolhida.
Esta semana já andam a bradar aos ventos que querem que os manuais escolares sejam alterados, passando o nome do Sr. de Cristóvão Colombo para Cristóvão Colon.
E outro entretém, não?

- Uma notícia no Diário Digital dá conta de uma exposição em Oslo sobre a homossexualidade dos animais. É uma notícia perfeitamente normal, relatando o que se passou de mais importante do evento e informando sobre as questões que se colocaram dentro do mesmo. O insólito chega mesmo nas linhas finais onde um pastor da Igreja Luterana “desejou que os responsáveis pela mostra «ardessem no fogo do inferno»” e “ outro, da Igreja Pentecostal, disse que o dinheiro dos contribuintes seria melhor gasto a ajudar os animais a corrigir «as suas perversões e desvios»”.
Feel free to react the way you want.

- Para terminar, e para não variar, já indo na 8ª edição do semanário, José António Saraiva continua a tagarelar sobre o seu adorado/odiado antigo semanário Expresso. Go figure…!

Sim, esta semana teve tudo a ver com o halloween e foram 7 dias notáveis. E o melhor é que não será necessário esperar até para o ano. Amanhã já há mais. *

quinta-feira, novembro 02, 2006

The Gift



Depois de vários anos de espera, os fãs dos Gift podem agora vê-los a qualquer momento, num qualquer espaço que tenha um ecrã e um leitor de dvd! Dia 30 de Outubro, foi a data de lançamento escolhida pela banda para contentamento de todos os que já tinham sede de mais.

É difícil caracterizar numa só palavra este duplo álbum + dvd, por isso ficam seis: mágico, expressivo, estético, deslumbrante, cativante, e melodioso. Dividido em 2 partes, AM e FM, consegue, das duas formas dissemelhantes mas concordantes, arrastar-nos para um mundo de sons e vozes juntas numa atmosfera sedutora.

Em AM temos um palco branco, transpirando tranquilidade. Vocalista e restantes elementos vestidos a rigor pedindo-nos para nos juntarmos àqueles 60m de música sentida e condescendente. Começamos com “5 Minutes Of Everything” e acabamos com o sempre estimado “OK! Do You Want Something Simple” com novas vestes ajustadas ao AM. Sónia Tavares (não desprezando os restantes membros) toma conta da sala com a sua elegância e entrega a cada música que passa.
Especial destaque para o novo arranjo de “Truth” e para o coro presente em, entre outras, “Pure”.

Pegando no disco e virando-o. Levantem-se e preparem-se para dançar. Estendam os braços e batam palmas. As luzes, os holofotes, os espelhos, os contrastes, as batidas fortes tomaram conta do espaço. FM oferece-nos um cenário mais “agressivo”. Pintado de negro, novamente acompanhado pela floresta também presente em AM, prepara-nos para outra hora de puro divertimento e movimento. O melhor? “11.33”, “You Know”, e Nuno Gonçalves brilhante em “So Free (3 acts)”.

A acompanhar o disco, temos o Making Of do espectáculo, uma galeria de fotos dos respectivos lados, e um vídeo da tour do AM/FM por terras de S. Salvador.
Menção honrosa para os vestidos dos Storytellers (especialmente o primeiro do lado AM).

Sónia deita-nos a língua de fora.
Nós sorrimos.
A perfeição assenta-lhes tão bem. *

segunda-feira, outubro 30, 2006

Inolvidável Gato


Depois de quatro séries mais ou menos ao mesmo estilo o Gato Fedorento voltou com um novo formato. Pelo meio da boa disposição ainda fruto do primeiro episódio de “Diz que é uma espécie de magazine” apraz-me comentar a mudança dizendo: finalmente!

Desde os tempos já históricos do Perfeito Anormal e da série Fonseca, até à última série Lopes da Silva, a forma dos sketches manteve-se basicamente a mesma. Não digo que isto seja mau, mas é um facto que, por episódio, apenas um ou dois “segmentos” atingiram um patamar qualitativo elevado. (Digo isto tendo plena consciência da diversidade de público e opiniões que um projecto humorístico desta natureza atinge e com a certeza de que muitos sketches, ao longo dos anos, foram descuradamente apressados e colocados no ar quase, e, por grande respeito para com os autores, sublinho o quase, que “só para encher”).

Com a mudança para a RTP o orçamento aumentou mas reti a iDeia de que em várias situações não foi aplicado da melhor forma, com a qualidade de alguns textos a deixar algo a desejar, sendo notórias, de qualquer forma, grandes melhorias técnicas e ao nível dos cenários. O canal público apostou forte no Gato Fedorento, com um contrato de duração considerável e, esta “época”, o novo programa está como que obrigado a concretizar-se numa aposta ganha, capaz de brilhar no horário nobre em que está colocada.

Eis então que Miguel Góis, Ricardo Araújo Pereira, Tiago Dores e Zé Diogo Quintela reapareceram, na peugada de uma qualquer Nota Solta de Prof. Marcelo, com um formato completamente distinto, que se fosse obrigado a comparar, traçaria um paralelismo com uma espécie de Daily Show… consideravelmente menos sério. Os sketches mantêm-se (a julgar pelo episódio de estreia, tão bons e talvez mesmo melhores do que os inúmeros já históricos, como o "Filme Indiano" ou quando "Matarruanos dão indicações") mas, desta feita, são apresentados em jeito de reportagens, com os quatro argumentistas em estúdio (entre os quais apenas um actor com (muito) talento para a comédia: R.A.P.), acompanhados por muito público (a quem falta saber quando rir e quando bater palmas, um dos aspectos a rever para as edições futuras) e com os Da Weasel a actuar ao vivo e a participar, também, num momento cómico.

Há que melhorar as intervenções em estúdio, não tanto os textos mas mais as prestações dos apresentadores. De resto, permanecem-me na memória os dois Oliveiras, o paquete e o fascista mediano, a extraordinária imitação de Paulo Bento (que anseio ver com uma rubrica frequente no “Telejornal”), a análise cientifica à actuação de Carlos Lopes na gala Nova Gente de há uns anos e, por último, a certeza de que este novo Gato tudo tem o para conquistar os portugueses, assim seja mantido o alto nível atingido pelo primeiro programa.

(Ah… a banda sonora! Para quem não sabe, o nome “Gato Fedorento” foi escolhido precisamente por causa desta música, interpretada por Phoebe Buffay, personagem da sitcom de grande sucesso da NBC, Friends.)

sábado, outubro 21, 2006

Jellicle Cats

Depois de vários convites recusados, finalmente conseguiram-me arrastar para a plateia do Cats. A coisa mais estimulante sobre isso que me passava pela cabeça era de voltar a entrar na sala de espectáculos que em 2002 me fez estar na primeira fila para maravilhar os Morcheeba (com a Skye!).

E a verdade é que toda esta falta de expectativa fez-me apreciar ainda mais o show. A forma como cada actor representava a sua personagem era extraordinária, com a dança, com o canto, com as suas expressões felinas, em conjunto com as musicas e letras, formavam um todo exuberante. O espaço estava optimamente bem aproveitado, com várias aparições nos camarotes do recinto e também com as correrias que alguns gatos faziam pelos corredores entre as cadeiras interagindo alegremente com os espectadores.

Saímos de lá todos a cantar a musica dos “Jellicle Cats” e a suspirar pelo abanar de ancas do Rum Tum! Resultou realmente, num bom Musical.

Sugestão Mp3: Cats – Memory *

quarta-feira, outubro 18, 2006

Greve de Profs

Continua hoje o segundo dia de greve dos professores e educadores de infância contra o novo estatuto da carreira do docente. Tal como no dia de ontem, os protestantes saíram pelas ruas de megafone na mão gritando “liberdade” e “no tempo de Salazar é que era bom!”.

Houve até que pedisse que o seu horário fosse reduzido (mas mantendo o mesmo ordenado, ora essa!!) apenas a uma hora de aula por semana pois com as cinco actuais era “demasiado extenuante”. Os mais novatos mostravam-se indignados com o facto de terem de ser postos a uma avaliação pois “há bué perigo de chumbarmos e depois é que são elas” resmungou uma professora que já pensava em colocar dois dias de baixa por estes dois dias de greve a terem deixado “de rastos”.

Para o final da tarde está marcado um encontro na praça do comercio, em que todos os docentes vão confraternizar trocando os seus cestos de merendas entre si e passarão de seguida para a construção de um abaixo-assinado para ser entregue na Assembleia da República pedindo para que em 6 meses possam passar direitinhos e com aumento de regalias para o topo da carreira.
Os sindicatos juram a pé juntos numa adesão na ordem dos 99,9% enquanto o governo fez a sua aposta lá pelos 5%.

P.S. – Eu peço desculpa aos bons profissionais, mas passei por professores realmente maus!
P.S. 2 – Qualquer semelhança com a realidade, é pura ficção. *

segunda-feira, outubro 16, 2006

Dia daqueles

Hoje antes de sair de sair de casa, tive de agarrar no meu chapéu pois chovia como se não houvesse amanhã. É um dia daqueles. Depois de umas quantas pisadelas numas poças, lá cheguei sã e salva ao metro onde mais uma carruagem esperava que as sardinhas entrassem. É um dia daqueles.

Já cá fora um acidente entre um Opel cinzento e um Renault branco num cruzamento fez parar todos em redor, que rapidamente abriram a boca de espanto como se a coisa mais absurda tivesse acabado de acontecer. A rapariga do Mégane estava desesperada enquanto o rapaz do Vectra tirava graciosamente os documentos “é só um dia daqueles” deve ter pensado ele.

Agora ao final do dia, uma das varas do chapéu partiu-se. E exactamente nesse momento, sem qualquer coincidência, começa a chover ainda mais. Apanhei boleia de uma amiga.

- É um dia daqueles! – Barafustei.
- Deixa lá, amanha há mais! – Concluiu. *

sexta-feira, outubro 13, 2006

Os símbolos do medo

Anos depois, outro dia 11, outro avião, outro edifício, talvez outra Nova Iorque. Custa-me transpor para texto as emoções e sentimentos que se têm (eu tive-os e não tenho dúvidas de que não fui o único) nos instantes em que se toma conhecimento de uma noticia como a da passada quarta-feira. Não tendo quaisquer conhecimentos ao nível da psicologia ou de outra qualquer ciência humana que se possa aplicar nesta situação, parece-me óbvio que desde o dia 11 de Setembro de 2001 alguma coisa mudou dentro de nós.

Os atentados terroristas contra os Estados Unidos de há 5 anos trouxeram ao mundo ocidental, pela primeira vez em muitos anos, o medo generalizado. Terrorismo deixou de ser uma palavra associada a grupos com fins muito bem definidos, a cenários por vezes bastante distantes… Desta vez não eram atentados na Faixa de Gaza nem tão pouco uma explosão da ETA numa estância de férias… Os alvos atingidos pela Al-Qaeda eram como que símbolos da invulnerabilidade e superioridade sentidas pela grande maioria da população das nações “ocidentais”.

Na semana em que ficámos a saber que a Coreia do Norte fez testes nucleares, aparece-nos também esta notícia, a de que uma aeronave embateu um arranha-céus de habitação em NY, pilotada por um conhecido jogador de basebol, Cory Lidle. Depois de afastada a hipótese de se tratar de um atentado, o que salta à vista é, sem dúvida, a cobertura mediática dada, recordando sempre os choques do passado, misturando-os com o rescaldo deste infeliz acidente, voltando a suscitar os receios que nunca chegam a estar bem adormecidos.

A imprensa é, inequivocamente, uma das maiores armas do terrorismo, amplificando à escala global todas as acções que se possam enquadrar nessa categoria. Quando algo é tentado, por exemplo, contra cidades dos EUA ou do Reino Unido, de imediato se monta um espectáculo mediático à volta do assunto, que leva a que a recorrente referência e utilização de imagens associadas a atentados ocorridos num passado mais ou menos recente, contribua para a sustentação de um clima de insegurança.

É óbvio que se compreende a necessidade de informar, e longe de mim defender qualquer tipo de censura, mas a verdade é que necessário não é, com certeza, criar nas nossas consciências, como foi feito com esta situação do passado dia 11, mais picos de renovação do medo, que nos faz, por um lado, olhar o mundo com outros olhos, mas por outro, só pela sua existência, dar aos grupos terroristas uma das coisas que muitos deles pretendem: um instalado estado de terror colectivo.

quinta-feira, outubro 12, 2006

Despenalização

Escrevo esta posta (levezinha) com a distância possível, pois quando chegar a altura vamos estar todos de “cabeça quente” e sem capacidade para aceitar as opiniões dos outros eh eh!

O tema é complexo. Passados 8 anos vamos voltar todos às urnas num dos temas mais controversos dos últimos tempos. Muito se falou no tema, continua a falar-se e mesmo depois do referendo vai-se continuar a proferir palavras. Seja qual for o resultado, a polémica nunca irá terminar. Mesmo para aqueles (nos quais me incluo) que a opinião já se encontra formada há muito tempo, existe sempre o “outro lado da moeda” que nos faz pensar e repensar a questão. É realmente uma questão de vida? Ou mais uma questão de dignidade? É uma questão de egoísmo ou de amor por aquele que lá vem? É realmente imprescindível aprovar a despenalização ou a (deficiente) lei actual satisfaz todas as necessidades? Não será normal que cada um tenha direito à sua decisão?

A verdade é que não existe nenhum método infalível (a não ser os mais drásticos) e os números dos abortos clandestinos são chocantes; e tenho a certeza absoluta que é, pelo menos, apenas metade no número verdadeiro. Não chega de censura e julgamentos na praça pública para as “culpadas”? Não chega de hipocrisia? Não chega de só alguns terem possibilidade para se deslocarem a Espanha e outros apenas ao caixote da zona? (ofensivo, mas é real). O assunto está lá, não é do agrado de todos mas, de uma vez por todas, tem de ser enfrentado e resolvido (ou pelo menos fazer por isso).

Claro que existem vários temas que vêm de arrasto como o planeamento familiar, campanhas de prevenção, informação, aconselhamento… mas temos de começar por algum lado.

Talvez também os próprios médicos aceitem melhor o assunto e não acusem/reprovem/rejeitem todos os casos que aparecem apenas por puro puritanismo (desculpem a redundância).
Talvez a minha ingenuidade esteja correcta e as pessoas não o vão usar como método contraceptivo porque irá ser tudo controlado pelos hospitais.
Talvez também eu aceite melhor o facto de ser uma alteração necessária.
Talvez as pessoas também fiquem mais conscientes e daqui a cerca de 3 meses o resultado seja outro.

P.S – Já pensaram que podemos nunca mais receber a visita das Women On Waves? VIVA! *

terça-feira, outubro 10, 2006

O Mundo da Bola e a vantagem de ser agredido por Zidane

Pois é. Para além do insulto à irmã do francês, parece que Marco Materazzi tinha mais 248 preparados e agora lança-os em forma de livro. 10€ é o que os italianos vão ter de pagar para ter acesso a esta pérola, essencial a todos os fãs da "literatura futebolística" que já podem, portanto, dar descanso ao livro do Jardel.

Só por isso a notícia já é insólita, mas o pormenor verdadeiramente incrível é que todos os lucros deste “O que eu queria mesmo ter dito a Zidane” revertem a favor da UNICEF.

Ora, a contribuição será efectiva, não duvido, e é de louvar a intenção, (deixem-me referir que Materazzi já amealhou qualquer coisa à custa deste episódio, ao ter gravado um anúncio para a Nike) mas não me parece que esta valha a associação, mesmo pontual que seja, entre uma instituição como a UNICEF e o incidente violento e anti-desportivo em causa. É óbvio que não é de bom-tom criticar quem dá, mas também não o é a forma neste caso utilizada para o fazer...

Completamente reprovável é o facto do jogador italiano ter, como já referi, tirado partido da situação que ele próprio provocou, desrespeitando, também ele, de forma grave muitos dos princípios que o desporto em geral e o futebol de alto nível, muito em particular, têm a responsabilidade de defender.

E agora? Que se segue? Será que Zidane também vai escrever um livro acerca do assunto? Não me admirava nada!

segunda-feira, outubro 09, 2006

Era uma vez... uma miaufa

O que tem em comum a relação do George Bush com a Coreia do Norte, do Souto Moura com o povo português, do João Jardim que não vai para a frente com a autonomia da Madeira e da posição do Marques Mendes e mais alguns relativamente à exposição pública da sua opinião sobre o próximo referendo ao aborto?

Miaufa:
do Lat. metu
s. m.,
terror;
receio;
susto.

loc. adv.,
a -: com receio.
In priberam.pt (com uma pequena alteração) *

segunda-feira, outubro 02, 2006

Lady in the Water – um brilhante sinal de uma carreira precoce

Muitos argumentistas/realizadores não o chegam a fazer, certo é que também não são raros os que o fazem, mas arrisco dizer que M(anoj) Night Shyamalan é o primeiro a fazê-lo com tão poucos anos de carreira. Revelou-se ao grande público aos 29 anos, com ‘The Sixth Sense’, pelo qual foi nomeado para os Óscares de Melhor Realizador e de Melhor Argumento Original… Não ganhou, mas arrisco dizer que a sua vez chegará. Nos anos que se seguiram continuou a prender a atenção do mundo do Cinema com filmes como ‘Signs’ e ‘The Village’ (e que filme que é est’“A Vila”!). Todas as suas obras, se destacam inequivocamente do mercado mainstream de Hollywood, mas têm em comum a realização e estilo de escrita inconfundíveis deste indiano crescido em Philadelphia.

por Portugal, acabado de estrear está 'Lady in the Water' – A Senhora da Água, um filme sem grandes pretensões em termos de box office mas que me surpreendeu por completo. O trailer engana e em vez de um simples filme de Terror/Mistério temos uma película não muito fácil de classificar mas que eu cautelosamente insiro na categoria de Comédia. E passo a explicar:

Shyamalan agarrou numa história “de embalar” que em tempos escreveu para os seus filhos e transforma-a em quase duas horas de irónica crítica à indústria cinematográfica actual, não deixando, não só de passar as mensagens inerentes à própria história, mas também de nos apresentar bons momentos de suspense e diálogos dramáticos muito bem concretizados pelos actores. Tudo isto acompanhado com frequentes pitadas de humor de grande qualidade, quase sempre no sítio certo.

Não esperem grandes surpresas, aviso já que não há nenhum twist, mas as sólidas performances de Paul Giamati, da Senhora-Narfa-da-água-da-piscina Bryce Dallas Howard e de alguns dos actores secundários (o próprio Shyamalan criou para si mesmo um papel crucial que desempenha em bom nível, sendo que, mesmo assim, provavelmente o tal Oscar que lhe está destinado não será o de Melhor Actor) ajudam a que a narrativa se desenvolva de uma forma fluida e natural. A bedtime story naturalmente que não é muito forte ou profunda mas encaixa perfeitamente no espírito do filme, servindo de linha de rumo para a sátira e desafio aos standards da indústria.

A realização caracteriza-se facilmente: M. Night Shyamalan. Temos alguns planos deslumbrantes e, no geral, é quase impossível não se sentir atraído, a tempo inteiro, pelo que se passa no ecrã. Uma palavra também para os CGs, muito bem utilizados e que garantem algumas cenas de grande beleza, em contraste com o simples prédio em que se desenvolve toda a acção.

Alguma vez tenho de parar de falar sobre o filme, mais vale que seja agora, enquanto ainda o tenho fresco na memória. Não é inesquecível para quem o vê, mas expressa, claramente e com enorme qualidade, a ousadia deste jovem argumentista/realizador que em pouco tempo ganhou a credibilidade suficiente para poder concretizar este projecto pessoal. Espero ansiosamente pelo próximo, com grande curiosidade para saber qual será o seu próximo passo… Se ele estiver a aceitar pedidos, que venha um filme de Terror assumido!


Ah…Bottom line, 'Lady in the Water', absolutamente recomendado a qualquer fã do bom cinema!

quarta-feira, abril 05, 2006

Era uma vez... uma lata

O que tem em comum o senhor João Pedro George a falar mal de Margarida Rebelo Pinto e Freitas do Amaral a chamar vira casacas ao João Pinto? Ou então certos comentários de algumas pessoas que vieram direitinhas do Canadá e os fumadores que processam as tabaqueiras pelo seu cancro?

Lata:
do Germ. latta
fam.,
descaramento, desplante.
In priberam.pt

Cuidado, eles “andem aí” e são cada vez mais. *

quarta-feira, março 22, 2006

Piada do Dia

Não são precisas muitas palavras para adivinhar que ja entrámos na Primavera! Alias... hoje bastava olhar para o céu! *

domingo, março 12, 2006

O Filme

Ivy Walker: "When we are married, will you dance with me? I find dancing very agreeable. Why can you not say what is in your head?"

Lucius Hunt: "Why can you not stop saying what is in yours?
Why must you lead, when I want to lead?
If I want to dance I will ask you to dance.
If I want to speak I will open my mouth and speak.
Everyone is forever plaguing me to speak further. Why?
What good is it to tell you you are in my every thought from the time I wake?
What good can come from my saying that I sometimes cannot think clearly or do my work properly?
What gain can rise of my telling you the only time I feel fear as others do is when I think of you in harm?
That is why I am on this porch, Ivy Walker.
I fear for your safety before all others.
And yes, I will dance with you on our wedding night."

Ontem voltei a ver. E ontem voltei a adorar. *

sábado, março 11, 2006

Festival da Canção

Se não deram por isso, posso informar-vos que o festival da canção passou esta sexta-feira a noite na RTP. Apresentado pelo mítico Eladio Climaco e Helena Ramos, foram 10 músicas concorrentes e o prestigiadíssimo(?) júri contava com as presenças ilustres de Tozé Brito, Simone de Oliveira (que contava incrivelmente com o mesmo tom na cara e cabelo), Fátima Lopes (estilista!), João B (who??) e Filipe La Féria.
Eu lembro-me de quando isto tudo era uma festa. De quando o festival ainda fazia parar 2/3 (?) do país. Quem é que não consegue cantarolar “conquistador” dos Da Vinci ou “não sejas mau para mim” da Dora? Outros Míticos. Agora, se me perguntarem qual foi a música escolhida do ano passado, eu não faço a mínima iDEIA. Ou até a dois ou três anos atrás. Também não houve um ano em que ficamos de fora? Estou baralhada.
Não quero com isto ser negativa mas dá-me realmente a sensação que isto já foi melhorzito. Não vi o programa todo (go figure) mas do que ouvi… francamente… nem sequer vou comentar. Vou ali telefonar a Sónia Tavares para perguntar se quer participar a ver se safa aquilo.*

quinta-feira, março 09, 2006

Insólito

Não me estou a rir! Isto é um assunto muito sério! Alias, nem vou dizer mais nada! Até porque nem sei o comentário que devia fazer.
Aqui vai:
"A Sudanese man has been forced to take a goat as his wife, after he was caught having sex with the animal."
E esta hein?..
O resto da notícia esta aqui: http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/africa/4748292.stm *

Coisa Ruim

Ontem fui ver o Coisa Ruim.
Diga-se o que se disser, é bom.
Se passa um filme português, seja na televisão ou no cinema, sempre que a disponibilidade o permite, tento dar-lhe atenção apesar de que os últimos que tenho visto só me fizeram tirar a vontade de o fazer. Estou a falar do Kiss Me e do Crime do Padre Amaro. Só se safou o Sorte Nula. Apesar de certas cenas dispensáveis cheias de clichés típicos do cinema português, toda aquela história mirabolante fez-me passar um bom bocado. Não ligando a fotografia, não ligando a falta de tripés, não ligando as falhas de som, aquele “Ocean’s Twelve” de actores ate se safou.
Mas passando ao assunto do post, Coisa Ruim deu um passo em frente. Há actores, cenas e diálogos bons. Finalmente consegui ouvir mais de 90% do que os actores diziam. Finalmente as cenas de sexo gratuito não apareceram. Finalmente um filme deste género (Thriller?) chega as nossas salas de cinema e tem o seu cartaz ao lado de outros grandes lá de fora como Capote ou Munich. E não esperava ser surpreendida no final por um filme português (peço desculpa pelo excesso de cepticismo). Não foi o filme da minha vida, simplesmente gostei da surpresa. Gostei do atrevimento do filme. Este tipo de “crimes” não devem ser feitos apenas por padres chamados Amaro ;)
O mal está lá. Não o vemos, mas conseguimos sentir. E essa é uma das maravilhas do cinema, fazer-nos sentir. *

quarta-feira, março 08, 2006

The Dawn

"A blog is a web page made up of usually short, frequently updated posts that are arranged chronologically."

É este o nosso ponto de partida. Para onde vamos? Logo se vê!

Por agora, a promessa é a de fazer jus a esta definição de blog... O tamanho e periodicidade dos posts até podem variar, mas está garantida uma consistente apresentação de pensamentos, opiniões, dos factos que a estes dão (ou não) origem e das deduções que a amálgama do dia-a-dia proporciona.

"Our opinions do not really blossom into fruition until we have expressed them to someone else", disse Mark Twain, eu subscrevo e é isso que aqui fazemos... Não precisam de concordar, podem até não fazer muito sentido, mas pertencem-nos, as nossas opiniões. As vossas, de quem quer que nos leia, são também bem-vindas, comentem!

Por agora é tudo, vê-mo-nos por aí... for some Outbound Talk!