segunda-feira, novembro 20, 2006

O Mundo que vai mudando a Caixa, B.

Anos passam, gerações sucedem-se. Ao longo dos últimos 80 anos, muitas e profundas mudanças tiveram lugar, nos mais variados aspectos que definem a humanidade que constituímos. É verdade que não parece, mas é mesmo por aí que ronda a idade da nossa Televisão. Entre os desenhos animados da primeira demonstração em 1924 e o último episódio do Gato Fedorento, acontecimentos como a 2ª Guerra Mundial ou, por cá, a revolução de 25 de Abril, impuseram transformações drásticas na programação televisiva, que de outra forma evolui naturalmente, ao sabor da tecnologia e dos requisitos da sociedade.

Constante tem sido o debate acerca da influência da televisão (e dos videojogos, entre outros) no crescimento das crianças e jovens. Numa altura em que as televisões portuguesas começam a apostar a sério em séries de ficção americanas de grande qualidade, e depois da febre dos reality shows, são séries nacionais de produção “em massa” que continuam a liderar as audiências. Com textos de fraca qualidade, os temas são diversos, é certo, mas sem qualquer tipo de profundidade e incapazes de instruir as camadas mais jovens. Por outro lado, a ficção com textos de qualidade superior aborda, muitas vezes, temas capazes de ferir susceptibilidades e, admito, de influenciar comportamentos em casos pontuais. Parece-me que o ponto-chave dessa questão reside exactamente aí, na especificidade de cada caso, com a sua própria situação familiar e social, pois creio ser claro que a televisão não constitui, por si só, um entrave à formação saudável de um adulto competente e equilibrado.

Posto isto, não quero dizer que não seja necessário ter atenção e chegar a um entendimento quanto à organização tema/horário dos canais generalistas mas, na realidade, até isto vai perdendo importância com a expansão do cabo/satélite e a possibilidade que daí advém de vermos o que quisermos, quando quisermos.

Recém-chegada a Portugal está a televisão de alta definição que nos traz uma qualidade de imagem e som que transformam por completo a experiência de ver televisão. Confrontado com isto apetece-me perguntar: será que a televisão portuguesa merece?

Ora vejamos… Ficção nacional? Definitivamente não. Como referi acima, salvo muito raras excepções, todas as séries que se vão fazendo por cá ficam muito aquém do que podiam e deviam ser. Para além dos textos, não ajudam os baixos orçamentos, assim como uma parte considerável dos actores. Das restantes formas de entretenimento também não há muito a destacar, com as estações a apostarem frequentemente em concursos de formatos estrangeiros, quase invariavelmente sem grande longevidade. Ainda assim, programas já com história, como o Curto Circuito, ou novinhos em folha, como “Diz que é uma espécie de magazine”, constituem excepções, revelando-se programas de grande qualidade, mesmo quando comparados internacionalmente com outros do mesmo género.

Noutro nível, temos a informação, que cresceu muito nos últimos anos. Com dois canais temáticos e três estilos diferentes de jornalismo os portugueses têm ao seu dispor um forte leque de jornalismo informativo nas suas televisões. De há uns anos a esta parte têm emergido e expandido diversos espaços de comentário e de debate com audiências muito significativas e uma cobertura completa e precisa de tudo o que se passa em Portugal e no mundo.

Com tudo isto, é mais ou menos óbvio que a programação televisiva tende a definir-se de acordo com as preferências de maiorias, podendo servir como espelho da sociedade em que se insere. No nosso caso, regista-se uma evolução muito positiva relativamente ao olhar sobre a alDeia global que os portugueses parecem querer ter. A confirmar-se, vem tarde, é certo, mas saúda-se esta nossa mudança.

1 comentário:

Anónimo disse...

o k eu kria mesmo era ter uma javardice d tv como akela k tah na fnac bueh grande de alta definicao para ver as "hips" da shakira ali a abanar como alias deviam estar sempre..pra mim tv eh: fashion tv midnight hot e eh knt basta! a "caixa" jah deu o k tinha a dar..serve mais para jogar pes do k ve la.. tah como o radio..tem k inventar algo tipo realidade virtual com programacao e ai atao passo a ver tv ateh lah tenho mais k fzr..mais vale ir ao petardas..