quinta-feira, outubro 12, 2006

Despenalização

Escrevo esta posta (levezinha) com a distância possível, pois quando chegar a altura vamos estar todos de “cabeça quente” e sem capacidade para aceitar as opiniões dos outros eh eh!

O tema é complexo. Passados 8 anos vamos voltar todos às urnas num dos temas mais controversos dos últimos tempos. Muito se falou no tema, continua a falar-se e mesmo depois do referendo vai-se continuar a proferir palavras. Seja qual for o resultado, a polémica nunca irá terminar. Mesmo para aqueles (nos quais me incluo) que a opinião já se encontra formada há muito tempo, existe sempre o “outro lado da moeda” que nos faz pensar e repensar a questão. É realmente uma questão de vida? Ou mais uma questão de dignidade? É uma questão de egoísmo ou de amor por aquele que lá vem? É realmente imprescindível aprovar a despenalização ou a (deficiente) lei actual satisfaz todas as necessidades? Não será normal que cada um tenha direito à sua decisão?

A verdade é que não existe nenhum método infalível (a não ser os mais drásticos) e os números dos abortos clandestinos são chocantes; e tenho a certeza absoluta que é, pelo menos, apenas metade no número verdadeiro. Não chega de censura e julgamentos na praça pública para as “culpadas”? Não chega de hipocrisia? Não chega de só alguns terem possibilidade para se deslocarem a Espanha e outros apenas ao caixote da zona? (ofensivo, mas é real). O assunto está lá, não é do agrado de todos mas, de uma vez por todas, tem de ser enfrentado e resolvido (ou pelo menos fazer por isso).

Claro que existem vários temas que vêm de arrasto como o planeamento familiar, campanhas de prevenção, informação, aconselhamento… mas temos de começar por algum lado.

Talvez também os próprios médicos aceitem melhor o assunto e não acusem/reprovem/rejeitem todos os casos que aparecem apenas por puro puritanismo (desculpem a redundância).
Talvez a minha ingenuidade esteja correcta e as pessoas não o vão usar como método contraceptivo porque irá ser tudo controlado pelos hospitais.
Talvez também eu aceite melhor o facto de ser uma alteração necessária.
Talvez as pessoas também fiquem mais conscientes e daqui a cerca de 3 meses o resultado seja outro.

P.S – Já pensaram que podemos nunca mais receber a visita das Women On Waves? VIVA! *

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