No dia anterior ao referendo vimos o Benfica ser eliminado da Taça de Portugal. Entretanto ficámos a saber que os habitantes do Faial vão receber os primeiros Cartões do Cidadão e que, por exemplo, os radares detectaram, em Lisboa, desde Dezembro, cento e trinta mil infracções de trânsito, com o recorde de velocidade máxima a colocar-se nos 223km/h…
Tudo noticias “normais”, esperadas, talvez ache 223km/h muito pouco, (é uma velocidade perfeitamente segura para condução citadina!) mas, de facto, são novidades que se enquadram no quotidiano português.
A minha pergunta é:
Será que elas interessam? Mais. Será que o dia-a-dia que vamos levando tem profundo e verdadeiro interesse?
Hoje foi dia de sismo em Portugal continental, o mais forte das últimas décadas. Não provocou estragos, não feriu ninguém, terá, quanto muito, assustado algumas pessoas. Faz-nos, contudo, pensar que aqueles quatro, cinco segundos podem, a qualquer momento, vir a ser bem diferentes, alterando por completo as nossas vidas, que passámos anos a construir. Com uma manifestação natural sem aviso, o nosso “mundo” pode desaparecer tal como o conhecemos e, de repente… nada terá a mesma importância.
Claro que não sou pioneiro na reflexão sobre este assunto, mas quero, isso sim, dar a minha resposta:
Apesar de a ciência e a tecnologia poderem parecer muito desenvolvidas, na realidade isso trata-se apenas de pura ilusão, fruto de uma perspectiva inerente à efemeridade da vida humana. Posto isto, não está ao nosso alcance a possibilidade de controlar, tão pouco, as perigosas reacções do nosso planeta, quanto mais as do desconhecido universo e, portanto, sim, é verdade que, de um segundo para o outro, tudo pode mudar, mas é igualmente afirmativa a resposta relativa à importância do nosso dia-a-dia. Este importa porque é nosso e nos define neste momento, importa porque podemo-lo delinear nós próprios… Apenas há é que o fazer mantendo a consciência de que não existe necessariamente uma ordem “natural” das coisas.
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