domingo, fevereiro 11, 2007

A Hora H? Talvez na próxima semana.

Para já falo sem ter dados sobre as audiências de ontem, mas duvido muito da escolha de marcar a estreia do programa, fora do seu horário habitual, a um Sábado, ainda para mais noite de Benfica e contra um forte “Aqui há talento”. De qualquer forma, ainda que com muita margem para melhorar, após quatro ou cinco anos de talk-show moribundo, em decadência semanal, apraz-me anunciar que… o Herman está de volta!

Com ele regressam os talentosos actores do costume: Ana Bola, Maria Rueff, Maria Vieira, Manuel Marques e, a nova “aquisição”, César Mourão, que não me deixou uma muito boa primeira impressão, parecendo um pouco deslocado e distante dos demais colegas, situação que se aceita para uma primeira vez… Certamente que melhorará! Mesmo assim, creio que está reunida uma boa equipa para dar vida aos textos da autoria do espectacular grupo de argumentistas, (creio e espero eu) liderado por Herman José e que conta com nomes que facilmente associo a concretos projectos de humor da maior qualidade, como Nuno Artur Silva, Nuno Markl, José de Pina e Filipe Homem Fonseca, a que se juntam os, certamente por falha minha, desconhecidos, Francisco Palma, António Marques, Vítor Elias e Maria João Cruz.

Analisando o episódio piloto, parece-me que o potencial que evidenciei acima não foi aproveitado de forma satisfatória. O que me vem à memória de imediato é o texto do Realizador Fitipaldi que Herman José interpretou de uma forma que o tornou demasiado difícil de entender, deitando fora todo o impacto que aquele sketch podia ter. Por outro lado, gostei do Editor-Chefe do CNN, esse sim, de diálogo propositadamente imperceptível que resultou muito bem.

As instalações do Canal de Notícias Nacional fizeram-me lembrar “The Office”, bem como a edição e realização, bem ao estilo de uma sitcom britânica, entrelaçando os diversos sketches com a acção principal. Uma palavra para Américo Russo e as suas aventuras com protecção (?) que, apesar de um texto muito previsível se destacou dos restantes momentos, juntamente com a Chica Pardoca e o seu aborto de estimação, para mim, o ponto alto do programa.

De uma perspectiva global, o conceito é bom, mas vimos um episódio muito pouco polido, a espaços (largos) capaz de fazer rir, mas aquém das expectativas bastante elevadas que eu tinha, sempre com a “Enciclopédia” na memória. Na próxima semana estará contra o “Diz que é uma espécie de magazine”… Lá terei que gravar o Hora H. (E daí, espero para ver como se portam hoje, nesta noite de referendo, os Gato Fedorento que têm exibido desde os últimos programas de 2006 uma inconstante linha qualitativa, com pouco mais de uma mão cheia de sketches de enorme qualidade, rodeados de outros muito fracos, juntamente com frequentes introduções em estúdio falhadas.)

A verdade é que o Gato se vai embora no próximo mês de Março, sendo substituído pela versão portuguesa de uma série britânica “My Family” (Fazendo futurologia, uma má aposta da RTP.), deixando assim, o caminho livre para que Herman José e Companhia consigam triunfar nas audiências, caso o programa se modifique e aperfeiçoe, aproveitando as críticas, para passar a usufruir em pleno de todo o potencial humano disponível naquela equipa. A nós, fãs da comédia e da boa televisão, resta-nos, portanto, averiguar a evolução desta Hora H, ao longo das próximas semanas.

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