sexta-feira, novembro 09, 2007

Rocky VI


Rocky VI, ele está (outra vez) de volta! Num relvado perto de si.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Notícias

Arkansas Mom Prepares for Birth of 17th Child
http://www.foxnews.com/story/0,2933,270554,00.html

Vamos lá outra vez:

(É favor inspirar antes de começar a ler)

Joshua
Jana
John-David
Jill
Jessa
Jinger
Joseph
Josiah
Joy-Anna
Jedidiah
Jeremiah
Jason
James
Justin
Jackson
Johannah
Jennifer

e esta hein *

sábado, agosto 04, 2007

Sabiam que...

Andar dez quilómetros a pé na cidade de Pequim (sim, aquela que vai receber as olimpíadas) equivale a fumar quatro maços de tabaco por dia tal é o nível de poluição?

Obrigada Única *

terça-feira, julho 24, 2007

O futebol e o fabuloso mundo de Beckham

E eis que chegou o momento porque muitos ansiavam: David Beckham chegou a LA. Entre outras coisas, o anúncio, feito em Janeiro (a menos de seis meses do final do contrato, tal como mandam as regras), da sua transferência para os Galaxy da Major League Soccer levou a que o internacional inglês estivesse vários meses sem jogar, com Fabio Capello a afirmar que, com ele ao comando da equipa, o número 23 não voltaria a entrar em campo.

As vicissitudes da época do Real Madrid e, sobretudo, a atitude de Beckham acabaram por obrigar o italiano a voltar com a palavra atrás, o que, por si só, constituiu uma grande surpresa. De qualquer forma, os blancos de Madrid acabaram por se sagrar campeões na última jornada do campeonato espanhol, tendo o contributo de David sido absolutamente crucial para a conquista desse troféu...

Depois disso, as férias. Enquanto a Europa do futebol com mais de 21 anos estava de férias, do outro lado do Atlântico a nova equipa de Beckham raramente ganhava, jornada após jornada. A espera pelo inglês revelou-se um factor de instabilidade no plantel de Frank Yallop, levando vários jogadores a pedir à nova estrela da equipa para encurtar as férias e vir mais cedo, para ajudar dentro de campo. Ao que parece, estando lesionado, o antigo red devil não pôde aceder ao pedido.

De qualquer maneira, há cerca de duas semanas, o casal Beckham lá chegou a Los Angeles, numa saída do aeroporto bem ao estilo de Hollywood. A histeria tem sido uma constante lá pelos lados do Home Depot Center, com cerca de 250 mil camisolas “23” vendidas ainda antes de o jogador pisar solo californiano. O ambiente eufórico estendeu-se ao jogo de estreia, no Domingo passado, frente ao Chelsea, com a presença de várias estrelas do cinema… entre as quais o Governador Schwarzenegger. David jogou apenas 10 minutos, ainda a contas com a lesão que já vem das últimas jornadas da liga espanhola, mas foi o suficiente para, cada vez que tocasse na bola, se sentisse uma energia impar, nunca antes verificada nos EUA, no decorrer de um jogo de futebol.

Talvez não tenha sido intencional mas David Robert Joseph Beckham é maior que o próprio desporto. Sendo o futebol a maior modalidade em termos de reconhecimento e número de adeptos a nível mundial, há algumas zonas em que continua a ter pouca importância. David Beckham é amplamente conhecido em todo o lado. Mesmo nos Estados Unidos, onde o desporto está em sexto ou sétimo lugar no top de preferências, David Beckham é um nome reconhecido e associado a uma cara por cerca de 50% da população, segundo uma sondagem efectuada recentemente.

A verdade é que, sendo um bom jogador, o número 7 inglês, está longe de ser dos melhores futebolistas da actualidade. Mesmo na MLS, jogadores como Landon Donovan ou Freddy Adu têm uma qualidade superior em termos médios. Costumo definir Beckham como o jogador perfeito parado: passes longos, cruzamentos e remates de longe com espaço e, claro, livres, são a sua especialidade, onde brilha como ninguém. O resto… é complicado. Embora tenha evoluído, David Beckham, apresenta, por exemplo, várias falhas ao nível das movimentações em velocidade e drible, características essenciais para um jogador da sua posição.

Assim sendo… o que levou Beckham a construir esta carreira singular no mundo do desporto? Certamente, nem ele sabe. O seu estilo de vida acabou por ser um alvo apetecível dos tablóides britânicos, o fascínio por David foi crescendo, com o próprio a conseguir orientar e construir a sua imagem de uma maneira que lhe permite, aos 32 anos, assinar um contrato de cinco anos que lhe poderá vir a valer qualquer coisa como 250 milhões de dólares e, depois disso, se assim o desejar, tentar manter o seu o seu reconhecimento à escala global para continuar a facturar.

Por tudo isto, mesmo que os seus planos iniciais não tenham sido estes, há que dar o devido mérito a David Beckham, um homem que, dentro e (principalmente) fora do campo, tem dado muito ao futebol, preparando-se para continuar a fazê-lo, pois acredito que conseguirá catapultar o soccer para a linha da frente dos desportos norte-americanos, um passo importante para reforçar o estatuto de desporto-rei à escala mundial.

segunda-feira, julho 23, 2007

Coisas da publicidade...


Condições da campanha :

- Adesões exclusivas para clientes particulares tmn;

- Válida para chamadas para tmn’s e Uzo, com limite de 5h de conversação por adesão diária, a partir da 5ª hora, as chamadas para tmn’s e Uzo são taxadas de acordo com o tarifário do cliente;

- Válida por 24 horas após adesão. No final deste período, para voltar a usufruir da campanha deverá ser realizada nova adesão;

- Cada cliente pode aderir até 15 vezes a esta Campanha;

- As chamadas efectuadas para outras redes são taxadas de acordo com o tarifário do cliente;

- As chamadas realizadas ao abrigo da campanha € 1/dia não são contabilizadas para atribuição de bónus pako.

domingo, julho 22, 2007

Seis meses de Portugal no centro do Mundo

Até ao final do ano, quando a entregarmos à Eslovénia, Portugal detém a presidência do Conselho da União Europeia (e não do Conselho Europeu, como erradamente se costuma dizer: são dois “órgãos” diferentes). Para já, o início tem sido bastante prometedor. O acordo conseguido na Cimeira de chefes de Estado e de Governo de Junho passado serviu como impulso e facilitou consideravelmente a tarefa dos portugueses, relativamente à questão do novo tratado. Isto, por si só, não significa menos trabalho, mas sim uma maior liberdade para que a Europa se debruce sobre outras prioridades.

De qualquer forma, o mais importante desafio colocado à nossa presidência é mesmo a necessária aprovação do novo tratado, o qual deve estar escrito e assinado até ao final do ano, de modo a que haja tempo suficiente para que o processo de ratificação esteja completo antes das próximas eleições para o Parlamento Europeu em 2009.

Confio plenamente na equipa liderada pelo nosso primeiro-ministro para levar a cabo esta tarefa, em relação à qual, o maior entrave talvez venha a ser a posição dos polacos, que teimam em reclamar as condições que eles próprios acabaram por aceitar na exaustiva Cimeira, onde chegaram mesmo a relembrar factos da 2ª Guerra Mundial como argumento desesperado contra o consenso que se impunha. Ao que parece, Nicolas Sarcozy teve um papel bastante importante no resultado final, situação que me veio surpreender pela positiva, reduzindo quase para níveis neutros, a desconfiança (infundada ou não) que tinha para com o novo presidente francês.

Assim, depois de muitas horas de negociações eis que surgiu um mandato, que servirá de orientação para a efectiva redacção do novo tratado (constitucional) europeu, a começar já amanhã na Conferência Intergovernamental. A verdade é que relativamente à chumbada Constituição Europeia, muito pouca coisa mudou. Basicamente: a bandeira e o hino continuam a não estar oficializados no papel e o ministro dos negócios estrangeiros da União passa a ter outro nome. E sim, se o novo tratado for ratificado nos 27 países, confirma-se que perdemos três anos por causa disto.

Sendo que o problema da progressiva construção da Europa é bastante complexo, não se pode parar à espera que o processo de informação e educação europeia dos cidadãos se conclua na totalidade. É absolutamente insustentável. A UE não conseguirá evoluir se se continuar a recorrer a referendos em que as pessoas votem tendo em conta a situação político-partidária do seu respectivo país. Daí ter ficado bastante triste ao ver que, logo a partir do dia seguinte ao acordo, tal como vários partidos, o PSD, sem conseguir, por manifesta incompetência do seu líder, arranjar outro assunto para fazer oposição interna (depois da vitória que foi o novo período de reflexão relativamente ao aeroporto, a única, em mais de um ano sem verdadeira oposição ao governo), exigia o referendo.

Ora, não tendo eu quaisquer problemas com o referendo em Portugal, é óbvio que estas pequenas alterações ao tratado constitucional original, têm o objectivo de que seja possível, no maior número de países (idealmente, em todos, exceptuando os que estão a isso obrigados, pelas respectivas constituições nacionais), a ratificação por via parlamentar, em detrimento da arriscada via referendária, não me parecendo de bom-tom, que a oposição de um país com responsabilidades efectivas neste processo, pressione o Presidente do Conselho em exercício a exprimir a sua opinião durante um período tão sensível como o que estamos a atravessar.

Uma palavra para o trabalho do Presidente da Comissão, ao contrário do que muita gente afirma, tem sido fundamental, sendo ele um dos principais responsáveis por estarmos, de novo, no bom caminho. Durão Barroso terá também um papel especialmente importante nesta presidência portuguesa, apoiando um José Sócrates que parece renascido e para quem este período como “chefe da Europa” veio numa altura perfeita (alguém já se lembra da ridícula polémica que o envolveu no problema da Independente?).

Com menos de um mês de trabalhos, demos já um importante passo nas relações externas, ao acolhermos a primeira cimeira Europa-Brasil e, noutro plano, tivemos o encontro informal dos 27 ministros da competitividade, aos quais se seguiram várias outras cimeiras (umas históricas, outras já habituais, mas todas de grande importância), conselhos de ministros e muitos outros eventos de âmbito diverso, completando um conjunto que me deixa bastante confiante de que conseguiremos inscrever na História estes meses de “Europa dos portugueses”.

sábado, julho 14, 2007

Antes do dia de reflexão, ainda posso mandar a última posta!

"O candidato do PS a presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, disse hoje que PCP, BE e a ex-militante socialista Helena Roseta recusaram repetir a coligação de esquerda para governar a cidade."
In agencialusa 17-5-2007

“O secretário-geral do PCP manifestou, esta sexta-feira, a disponibilidade da CDU para entendimentos, após as eleições intercalares para a Câmara de Lisboa em torno de projectos concretos. No entanto, Jerónimo Sousa recusou uma coligação formal.
Questionado no final da iniciativa pelos jornalistas, Jerónimo de Sousa afirmou que «não pode haver uma coligação formal depois das eleições».”
In PortugalDiário 15-6-2007

“António Costa, que concorre com o apoio dos socialistas à autarquia, afastou a hipótese de um acordo pós-eleitoral com o ex-presidente da Câmara de Lisboa Carmona Rodrigues.”
In Público 7-7-2007

“A candidata do movimento «Cidadãos por Lisboa» às eleições de domingo, Helena Roseta, recusou, esta sexta-feira, a coligar-se com o PS e com a candidatura de Carmona Rodrigues e prometeu ir para a câmara «para bater o pé», noticia a agência Lusa.”
In PorugalDiário 13-7-2007

Não negue à partida uma ciência que desconhece! Ou mesmo que conheça, continua a dizer que não só para ficar bem. *

quinta-feira, julho 12, 2007

Agarrem nos chapéus bicudos, cornetas e serpentinas e vão para a rua festejar!

"Season 3 of Prison Break is set to premiere on Monday, September 17, 2007." *

quinta-feira, julho 05, 2007

Sabiam que...

As terceiras não foram lá grande coisa comparadas com as segundas?

Ass: Oceans Pirata Spider-Shrek. *

quarta-feira, junho 20, 2007

Sabiam que...

Alguém se esqueceu de dizer ontem ao Sr. Ruben de Carvalho que haviam microfones no estúdio? Hoje deve estar rouco...! *

sábado, junho 09, 2007

Notícias

Study finds entertaining TV programs make you eat

http://uk.news.yahoo.com/rtrs/20070603/ten-uk-obesity-d3877cb.html

Ainda bem que o estudo não foi com o conan porque as batatas não duravam até ao primeiro intervalo!*

quarta-feira, junho 06, 2007

Tinky Winky

Estava eu sentada no meu sofá este fim-de-semana quando li num jornal da moda qualquer que existia um grande rebuliço a volta dos bonecos animados “Teletubbies”.
“Pronto, esta gente só se preocupa com aquilo que não deve” – pensei eu.
Continuei a ler a notícia, e, escandalosamente, li “Tinky Winky dos Teletubbies pode ser gay” ou qualquer coisa do género, já não sei, não me atrevi a ler novamente o título para não me escandalizar uma segunda vez.

Inacreditável. Os psicólogos estavam preocupadíssimos com esta influência. E com razão! Mas onde é que já se viu um boneco roxo que pega numa mala de senhora! Totalmente descabido! Isto pode influenciar seriamente todas as crianças quê vêem o programa! Mas quem é que deixou passar isto na TV? Gay! Credo! Já se pega por tocar, então pela TV é mortífero! Agora todas as criancinhas vão “virar para o outro lado”! O mundo está perto do fim! Oh por favor, ajudem-nos! Bla bla bla!

Lembro-me que já tinha lido esta notícia a uns anos atrás, ainda andava eu no secundário. E hoje ela ainda perdura… oh Paciência!

P.S – Oops! Acabei de ver a photo do Tinky Winky no site de notícias da bbc! Serei lésbica? Vou escrever à revista “Maria". *

quarta-feira, maio 23, 2007

Aposta (incompleta)

Oops..! Saiu hoje a notícia. Nada que já não se esperasse. Carmona Rodrigues está na corrida para as eleições!

Viva (ainda mais) à festa dos candidatos! *

segunda-feira, maio 21, 2007

Aposta

Numa de adivinhação, posta para ao ar, antes de qualquer sondagem, dia 15 de Julho (não dá vontade de rir quando lêem esta data?) assim será:

44% António Costa
23% Fernando Negrão
15% Helena Roseta
8% José Sá Fernandes
3% Telmo Correia
3% Ruben de Carvalho
E os outros que fiquem com o resto…!

Viva à festa de candidatos! As percentagens são ao calhas, aposto mais na ordem em que coloquei os nomes. *

sábado, abril 14, 2007

Sabiam que...

O suposto futuro aeroporto da OTA irá ter fatalmente uma baixa classificação de segurança pelos fortes ventos que o atravessam, e irá, também, estar situado numa região de forte risco sísmico, na Zona A do zoneamento sísmico nacional?

Obrigada Sousa Tavares *

April 14th in History

- April 14th, 0193 Lucius Septimus Severus crowned emperor of Rome

- April 14th, 1578 Born, Philip III, King of Spain and Portugal

- April 14th, 1614
Pocahontas marries John Rolfe

- April 14th, 1629 Born, Christiaan Huygens Holland, astronomer

-
April 14th, 1945 Born, Steve Martin, Actor

- April 14th, 1912 The Titanic strikes iceberg off the coast of Halifax

- April 14th, 1953 Born, Irina Rudolfovna Pronina, Russian cosmonaut

- April 14th, 1956 First video camera for sound and pictures demonstrated

-
April 14th, 1958 Born, Albert Alexandre Louis Pierre, Prince of Monaco

- April 14th, 1958 Sputnik 2 (with dog Laika) burns up in atmosphere

- April 14th, 1973
Born, Adrien Brody, Actor

- April 14th, 1977 Born, Sarah Michelle Gellar, Actress

- April 14th, 1986 Born, Baby D.!!

- (April 14th, 1989 Born 1,100,000,000th Chinese)

- (April 14th, 1996 Born, Abigail Breslin, Little Miss Sunshine herself)

- (April 14th, 2003 Human Genome Project successfully completed)

- April 14th, 2007 Today. Certainly a great day and the one I chose to recycle this, just to wish you a

Happy Birthday!!


quinta-feira, abril 05, 2007

Vergonhosos portugueses

Já vamos com quase duas semanas decorridas desde o final do programa da RTP, “Os Grandes Portugueses”, no qual foi revelado o resultado já esperado. A minha demora em falar sobre este assunto foi propositada e motivada pela necessidade de fugir e evitar a nuvem de reacções inflamadas que imediatamente desceu sobre a comunicação social, afectando uma grande parte da população.

Analisando a questão, não vejo que haja nenhum problema gravíssimo ou, sequer, muitas ilações a tirar acerca da sociedade portuguesa. Há, primeiro que tudo, um fracasso para a RTP em termos de audiências, apesar do forte empenho verificado em termos promocionais. Depois, há um desfecho embaraçoso, que colocou a televisão pública a anunciar o principal responsável pelo atraso português relativamente ao resto da Europa, António de Oliveira Salazar, como o melhor português de sempre.

Como é óbvio, mas não parece, a julgar por várias opiniões amplamente difundidas, a votação para o resultado do programa não tem nenhuma base científica (foram feitas várias sondagens, essas sim, verdadeiramente representativas da situação nacional e em nenhuma o ex-ditador esteve perto da vitória), dizendo-nos, apenas, que existem alguns milhares de portugueses que têm Salazar em boa conta. Nada de novo, portanto.

Pode ser incompreensível, mas acho que todos nós conhecemos pelo menos uma pessoa que costuma mandar para o ar afirmações inteligentes e bem fundamentadas como “isto no tempo do Salazar não era nada assim…”, “Estivesse cá o Salazar…”, “Isto o que faz falta é um Salazar (em cada esquina).”. O importante é que este sentimento não cresça para além de meras frases feitas ou telefonemas persistentes…

Numa atitude quiçá relacionada e não menos inteligente (desta vez sem ironia), o Partido Nacional Renovador colocou em pleno Marquês de Pombal, Lisboa, um cartaz, em que afirma ser necessário devolver “Portugal aos portugueses, o nacionalismo é a solução, basta de imigração, façam boa viagem!”.

O meu espanto: A Procuradoria-Geral da República considerou que o cartaz não tem cariz xenófobo. Nas palavras de Lopes Rego, procurador, diz que a PGR “acompanha as acções e declarações dos responsáveis pelo cartaz, no sentido de apurar se o mesmo poderá vir a constituir um veículo para a criação de condições que levem à prática de actos contra imigrantes”.

A minha reacção a estas declarações: Trata-se apenas de mais uma instância da classe de solução de problemas mais utilizada em Portugal. Deixar andar. “Dia dois de Maio aquilo sai dali… é melhor não criar ondas… isto entretanto passa e ninguém se tem que chatear”.

Entretanto o cartaz foi vandalizado, mas a maior resposta chegou hoje, pelas mãos do Gato Fedorento, numa das melhores e mais significativas provas da sua grande qualidade enquanto humoristas:

Peço desculpa ao Markl por lhe ter roubado a foto...

O “Diz que é uma espécie de magazine” não vai para o ar este Domingo. É pena. No próximo lá estarei, em frente à televisão. Sugiro que também o façam, mesmo que não gostem, pode ser que até se tornem grandes fãs, enquanto prestam tributo às pessoas que esta semana fez mais pelo país do que os funcionários do Ministério Público que se ocuparam deste caso.

Para o Partido Nacional Renovador não tenho muito a dizer. Talvez o título fale por si…

O presidente, José Pinto Coelho, deu entrevistas em que apazigua o assunto, tentando adensar a máscara de legalidade que envolve tanto o seu partido como esta iniciativa. Vendo as coisas pelo ponto de vista do PNR, a colocação deste cartaz é extremamente eficiente e eficaz, ao projectar o partido, alargando horizontes para eleições (e recrutamentos) vindouras sem grandes custos a assinalar. Eu, claro está, respeito o senhor Pinto Coelho e todos os seus colegas, só não posso é fazer o mesmo relativamente às suas convicções.

É verdade que as organizações de extrema-direita têm vindo a crescer significativamente, nos últimos tempos, em toda a Europa (quem não se lembra do brilharete de Jean-Marie Le Pen, nas presidenciais francesas de 2002?), situação que tem, mesmo em Portugal, de ser levada muito a sério e contida rapidamente. Acho que não é preciso relembrar a ninguém as manchas que o extremismo político e religioso colocou e continua a colocar na história da humanidade…

domingo, março 25, 2007

50 anos de Europa

Roma, 25 de Março de 1957. Data histórica para a humanidade moderna. Nasceu a União Europeia (CEE, na altura). Cinquenta anos depois, o bloco europeu cresceu e tornou-se numa potencial mundial, a par dos Estados Unidos da América e em concorrência com os emergentes gigantes russos e chineses.

Nem tudo está bem e a situação causada pelas respostas negativas dadas por alguns países, relativamente à constituição europeia, continua a manter a Europa num certo impasse.

Portugal prepara-se para assumir a presidência, e esta é uma altura (como todas?) especialmente boa para refrescar opiniões, aproximando a União da população, informando sobre aquilo que esta realmente é, e pode vir a ser, com o apoio e empenho generalizados.

A UE é muito mais do que uma aliança politica: A União Europeia somos todos nós, portugueses, alemães, austríacos, belgas, búlgaros, cipriotas, dinamarqueses, eslovacos, eslovenos, espanhóis, estónios, finlandeses, franceses, gregos, húngaros, irlandeses, italianos, letões, lituanos, luxemburgueses, malteses, holandeses, polacos, britânicos, checos, romenos e suecos. Dito isto, estamos todos de parabéns, membros da família europeia!

segunda-feira, março 19, 2007

Crise

Começou o “diz que disse”. A confusão foi lançada ontem durante o conselho nacional do CDS-PP, com insultos e murros a voarem em todas as direcções. De como funciona o conselho nacional ou os outros orgãos todos, eu cá não sei, e por isso vou lançar a minha posta para o ar.

Parece-me que o Dr. Paulo Portas e seus compadres estão com demasiada pressa. Como quem corre as escadas rolantes para ir apanhar o metro. Ele sabe que as escadas vão dar lá abaixo (à liderança), mas mesmo assim, desata numa correria desenfreada para ser o primeiro a lá chegar.

Sou das primeiras a aplaudir o seu regresso a primeira página da cena política portuguesa. Quer se goste ou não do senhor, quer se concorde ou não com o facto de ele gostar dos filmes no quarteto com intervalo, a verdade é que ele consegue produzir uma onda de 10 metros em pleno alto mar. Traz polémica. Falatório. Ar fresco. Tudo o que falta ao actual presidente, Ribeiro e Castro. O partido precisa de alguém mais forte, que saiba responder à letra. Que o impeça de cair para quinta força política do país e o faça lutar pelo terceiro lugar. Não, não vou lá muito com a cara dele, mas tem que se dar a mão à palmatória… ele é capaz de lutar por isso. Nem que se fique só pelo tentar.

Mas o que se passa foi que o “vexame” (segundo Ribeiro e Castro) veio a público e não caiu nada bem na imagem do partido. Tenham lá calma! Sim, ele parece um pouco agarrado ao sítio, mas também foi eleito com toda a legitimidade pelos mesmos que o querem agora, e desde que chegou a líder, correr com ele. Mas é preciso calma! As eleições são só em 2009 e à chapada à Dra. Maria Nogueira Pinto é que as coisas não se resolvem. Tento, meus senhores. Tento. *

domingo, março 11, 2007

A Mulher e o(s) seu(s) Dia(s), B.

Embora só em 1975 as Nações Unidas tenham decidido adoptar a data de 8 de Março, o dia Internacional da Mulher já conta com uma história de quase cem anos, tendo evoluído desde simbólicas 24 horas de protesto até um ao actual marco anual de homenagem aos progressos alcançados, enquadrado com a definição de um ponto de situação, relativos à (aparentemente inalcançável) igualdade entre sexos.

Em pleno século XXI, suposto tempo de modernidade, não só tecnológica, mas também, social, e mesmo com grande (a maior?) parte dos países a reconhecer teórica e constitucionalmente a uniformidade de direitos e deveres para homens e mulheres, a verdade é que, na prática, esta, de todo, não se verifica.

Tenho a noção de que quando, por cá, vem à baila a discriminação do sexo feminino, esta está, quase invariavelmente, associada a incidentes localizados em zonas do globo distantes, subindo à memória colectiva a imagem das afegãs envergando a sua burqa. Sendo este um exemplo gravíssimo, encerra em si uma das mais assustadoras e repugnantes características do ser humano, tornando-nos fácil de compreender o constrangimento que a discriminação levada ao extremo pode provocar nas vítimas… Digo “pode” pois, para muitas cidadãs afegãs, indianas ou paquistanesas, o uso da burqa é apenas mais um aspecto integrante da sua cultura que aceitam e abraçam sem contestação.

É precisamente aí que reside a questão chave desta problemática. A herança cultural que constitui um entrave à mudança da consciência colectiva, resignando vítimas deste e de muitos outros tipos de violência. Portugal (e o “mundo desenvolvido”) coloca-se como apenas mais um caso que confirma esta regra, não totalmente diferente, transportando para a nossa sociedade, do exemplo dos países subdesenvolvidos que referi acima.

Como de costume, preferimos olhar para fora e confiar na distância geográfica dos problemas, ignorando a nossa inquietante realidade: em Portugal, a nível social e profissional, a discriminação do sexo feminino existe e é muito mais grave do que pode parecer à maioria.

Enraizada na nossa cultura continua a iDeia de que a mulher, “por omissão”, está destinada a ficar em casa e arcar com todas as responsabilidades que a construção e manutenção de uma família acarretam… Embora tenha a percepção (e a esperança) de que esta situação já esteja a mudar com a minha geração, choca-me e perturba-me que se continue a viver com este estigma familiar que muito poucas pessoas ousam por em causa.

Os progressos são, obviamente, inegáveis e, hoje em dia, vemos, por exemplo, mais mulheres a ingressar no ensino superior, a competir profissionalmente, de igual para igual, com o sexo oposto e, nesse sentido, tudo parece bem encaminhado, até ao momento em que paramos para analisar os salários: uma senhora recebe, em média, menos 25% do que um homem, colocando-se nos 5% a diferença média relativa a duas pessoas que trabalhem na mesma empresa, no mesmo posto, com as mesmas funções… enfim, cuja única diferença é o sexo…

Agora, pergunto eu: alguém acha isto aceitável? Obviamente, alguém tem de achar, para que situações como estas se verifiquem. São exactamente essas pessoas que têm a obrigação de mudar de opinião, de operar uma lavagem de consciência que permita que a igualdade entre homens e mulheres se torne numa realidade efectiva, em vez daquela utópica que vai permanecendo idealizada na constituição.

Cabe a instituições como a União Europeia, o governo dos Estados Unidos ou a ONU influenciar e patrulhar os países menos desenvolvidos, para que neles os direitos humanos sejam respeitados. A nós, cabe-nos, tentar corrigir a situação no nosso meio social envolvente, agindo activamente no dia-a-dia, porque todos são dias para lutar em nome de uma humanidade não discriminatória.

sábado, março 10, 2007

A Mulher e o(s) seu(s) Dia(s), D.

Neste passado dia 8 celebrou-se o dia internacional da Mulher. Apesar de ser um dia que me passa e passou completamente ao lado (semelhantemente a todos os outros dias internacionais parecidos a este), não deixa de ser uma desculpa obrigatória para nos fazer lembrar de todas as arestas que esta sociedade precisa de limar neste campo. Ainda que a wikipedia nos diga que “É um dia comemorativo para a celebração dos feitos económicos, políticos e sociais alcançados pela mulher” penso que é no que ainda falta melhorar que se centra muito mais a atenção neste dia.

Desde a sua vida pessoal, passando pelo seu trabalho e acabando no meio em que se insere a retrospectiva é feita, analisada, e transportada para o futuro, numa tentativa de adivinhação do que virá. Muitos protestos saíram vitoriosos, mas há outros que rebolam de ano para ano.

Esperamos que a Mulher já não seja obrigada a ficar em casa porque tem em sua posse a escolha de ficar ou não em casa; que às Segundas, Quartas e Sextas seja a sua vez de lavar a loiça, mas que às Terças, Quintas e Sábados seja a dele de passar a ferro; que não sirva apenas para procriação porque pode optar por ser ou não mãe; que não se fique apenas pela 4ª classe porque deve passar o 12º, entrar pela universidade e sair de lá com um doutoramento; que não seja limitada em termos de ambição no trabalho porque tem tantas hipóteses de chegar a gerente como o João ou o Manuel e ganhar tanto como eles se estivessem no cargo: que seja dona da sua sexualidade e livre de eleger casar com o Tiago ou com a Diana e tanto com um como com o outro possuir condições para criar uma criança; que seja católica ou budista. Que o machismo retrógrado e degradante já seja uma coisa de ontem.

A verdade é que cada vez mais são impressas notícias nos media sobre Mulheres que foram eleitas para um cargo superior ao esperado (por alguns). Os mais mediáticos passam sem dúvida por Angela Merkel, hoje em dia à frente do governo alemão, Drew Gilpin Faust que se irá tornar a primeira Mulher presidente numa universidade, e quem sabe, futuramente, também a democrata Hillary Rodham Clinton que dispensa apresentações.

Ainda não sei se concordo ou não com este dia, mas a verdade é que serve exemplarmente para tocar umas campainhas na cabeça de muitos. E espero que bem alto e com bom efeito. *

domingo, março 04, 2007

Filme do Ano Novo

Happy Feet melhor filme de animação? Não me parece… The Departed melhor filme? Definitivamente, não!

Injustiças à parte, entregues os Oscars, está como que oficialmente encerrado o ano cinematográfico de 2006. Por cá, ainda vão estreando alguns filmes “atrasados”, mas, dentro em breve, estaremos, também nos filmes, em pleno Ano Novo.

Logo numa primeira análise às estreias agendadas para 2007, fica-se com a iDeia de que é um ano com potencial para superar o transacto, em termos de quantidade de produções de qualidade.

Sequelas. Muitas sequelas cruzar-se-ão connosco nos próximos meses, umas ansiosamente esperadas por todos, outras… nem tanto. Regressos como os de The Hills Have Eyes, Resident Evil, Fantastic Four ou Alien vs. Predator, gritam mediocridade, fazendo-nos lembrar das últimas horas que estes e outros títulos parecidos nos fizeram perder durante os últimos anos. Por outro lado... o Spider-Man está de volta! Atrás de Peter Parker e da sua MJ, vêm Shrek, de braço dado com o menino Harry Potter (vamos parar uns segundos e imaginar essa situação), também eles impacientes pela conclusão das extraordinárias sagas de Bourne e, claro, dos Pirates of the Caribbean.

Pelo meio, até Bruce Willis (que parece ir ter um ano em grande, com o algo prometedor Perfect Stranger) volta ao Die Hard e Al Pacino se vai juntar à festa, entrando no Ocean's Thirteen, filme para o qual não tenho grandes expectativas, depois de ter sido decepcionado pela última obra resultante desta invulgar mistura de estrelas.

E, falando nelas, é interessante ver o que andarão a fazer os vencedores e nomeados na última edição da entrega dos prémios da Academia. Helen Mirren, por exemplo, não tem grandes planos, estando apenas a filmar uma pequena participação num Inkheart sem grandes pretensões. Curiosamente, Cate Blanchett vai, este ano, interpretar também o papel de Rainha Isabel I em The Golden Age, um filme que promete, dado o seu forte elenco e o argumento, cooperativamente da autoria de William Nicholson, que esteve envolvido no Gladiador.

Já Forest Whitaker será a estrela de Vantage Point, um filme cuja narrativa anda à volta do assassínio do presidente dos EUA. Com muitas caras conhecidas, parece-me tratar-se de um filme a averiguar, tal como Fracture, que juntará no grande ecrã Ryan Goslin e Anthony Hopkins, prometendo ser um thriller de qualidade.

Mark Wahlberg vai continuar com Shooter e We Own the Night, tendo eu boas esperanças para este segundo, que exibe um bom potencial para atingir um patamar qualitativo acima da média, ao contrário de I Am Legend que temo vir a ser um passo atrás para Will Smith.

Noutro nível, não deverá ser com No Reservations que Abigail Breslin voltará a estar nos Oscars. Ainda assim, será mais um filme interessante para lhe fornecer a experiência de que necessita, continuando a dar-lhe a obrigatória infância que a atribuição da estatueta dourada eventualmente lhe retiraria.

Outros dois nomeados, Meryl Streep e Alan Arkin, vão juntar-se este ano a Reese Witherspoon e Jake Gyllenhaal (que também estará no muito próximo Zodiac, provavelmente um dos primeiros grandes filmes do ano) em Rendition, sobre o qual ainda não há muita informação.

Para além destas, outras estrelas prometem destacar-se em 2007. Desde logo, Nicolas Cage, que, depois do Ghost Rider que já está nos cinemas, regressará com a sequela à boa aventura da Disney, National Treasure: The Book of Secrets, não sem antes ter protagonizado Time to Kill e Next (que aparentam ser filmes medianos), contabilizando, ainda, uma presença em Grindhouse, um dos títulos por mim mais aguardados, que irá juntar, num único bilhete, uma história de Robert Rodriguez e outra de Quentin Tarantino.

À distância do que consigo prever, será um bom ano também para Natalie Portman, com a presença no Mr. Magorium's Wonder Emporium, já enquadrado no espírito natalício, e, sobretudo, pela sua intepretação em The Other Boleyn Girl, juntamente com Scarlett Johansson, de mais um argumento de Peter Morgan (The Queen e The Last King of Scotland).

Outra grande actriz, já vencedora de dois Oscars, Hilary Swank, chegará aos nossos cinemas muito brevemente com Freedom Writers, um filme que tenho muita vontade de ver, não só pela sua presença, mas, e, especialmente, pelo tema e material de origem que tem recebido críticas bem positivas. Para além deste drama, Hilary protagonizará em The Reaping, um filme de “terror científico” que poderá muito bem ser um dos poucos bons apontamentos no género, juntamente com The Invasion, com Nicole Kidman e Daniel Craig, que se coloca, inequivocamente, como um dos filmes em destaque para os próximos meses.

Ainda assim, é certo que não somos obrigados a vê-los mas, como seria de esperar, 2007 será mais um ano cheio de filmes de “terror” de qualidade duvidosa, sempre com aquele sentimento infanto-juvenil que se tem agarrado ao género nos últimos tempos…

Um pouco à semelhança do que se passa com as comédias, românticas ou não, que ameaçam continuar niveladas por baixo. Will Ferrel, Adam Sandler e Ben Stiller trar-nos-ão as suas comédias da praxe (sendo que Sandler vai também participar num muito interessante Reign Over Me), cabendo a filmes como Mr. Bean's Holiday, Music and Lyrics, Wild Hogs e, sobretudo, a Evan Almighty e Hot Fuzz, tornar 2007 num ano positivo para a comédia cinematográfica, superando a vaga de atentados à inteligência que vai inundando os cinemas (Norbit...Are We Done Yet?...)

Ao nível da animação, para além do Shrek the Third, de que já falei, temos em perspectiva vários filmes com muito potencial. À cabeça, Bee Movie, também da Dreamworks e repleto de vozes conhecidas, lideradas pela de Jerry Seinfeld, também um dos autores do argumento, facto que, só por si, torna quase obrigatória o visionamento deste título, a sair lá para Novembro.

Depois de este ano Flushed Away ter dado ao estúdio rival prejuízo ascendente às dezenas de milhões de dólares, eis que os ratos regressam pelas mãos da Pixar, com Ratatouille… Posso estar enganado, mas não será muito fácil bater a concorrência que também incluirá Meet the Robinsons, da Disney. De qualquer forma, certamente que terão mais sucesso do que Happily N'Ever After, uma tentativa de apostar no sucesso de Shrek que não deverá enganar o público.

Ainda no cinema animado, regressam dois nomes fortíssimos, Teenage Mutant Ninja Turtles (mais uma tentativa de fazer renascer a marca das Tartarugas, à semelhança do que será feito com os Transformers, ambos ícones de muitas infâncias, incluindo a minha) e The Simpsons Movie, que terão algum sucesso garantido, dada a grande legião de fãs que têm vindo a conquistar ao longo dos tempos.

Também progressivamente tem evoluído a grande apreciação do público relativamente às interpretações de personagens reais em filmes de ficção. Depois de, por exemplo, Rainha Elizabeth II, Idi Amin, Ray Charles ou Truman Capote, eis que teremos, entre outros, Dennis Haysbert (sim, o Sr. Presidente da série 24) como Nelson Mandela em Goodbye Bafana e Anne Hathaway como Jane Austen, apresentada antes da fama com Becoming Jane… Os filmes até podem nem parecer muito bons, mas tenho genuína curiosidade em ver como serão interpretados estes papéis.

E agora, para o fim… o melhor! A somar às grandes sequelas que estão para vir, parece haver muitos e bons filmes para ir preenchendo os meses que se avizinham. Com “bom aspecto” parecem estar os thrillers The Kingdom e Breach, ambos com uma forte narrativa centrada nas agências secretas dos EUA. Ao mesmo nível, Premonition, com Sandra Bullock no papel principal, No Country for Old Men dos irmãos Coen e The Brave One, liderado por Jodie Foster, acompanhada por Terrence Howard, parecem candidatos fortes a filmes capazes de proporcionar umas boas horas de entretenimento de qualidade.

Prestes a chegar aos cinemas está Black Snake Moan, um drama onde contracenam Samuel L. Jackson e Cristina Ricci, partindo de uma premissa muito interessante e que, creio, durante um ou dois meses, até às grandes estreias de Maio, transportará o título de melhor filme de 2007. Quando o ano acabar, porém, a história deverá ser outra, com as bocas do mundo a (espero e acredito) gabarem títulos como Charlie Wilson's War (que junta Tom Hanks, Julia Roberts e Philip Seymour Hoffman, entre outros bem conhecidos, interpretando um argumento de Aaron Sorkin, o génio por detrás de Sports Night, The West Wing e, o mais recente, Studio 60), American Gangster (realizado por Riddley Scott, que já não faz um grande filme há uns anos… está na altura!) ou Sweeney Todd (a mais recente obra de Tim Burton e, só por isso, já promete muito, baseada num musical da Broadway, contando com os inevitáveis Johnny Depp e Helena Bonham Carter, desta feita acompanhados por um improvável Sacha Baron Cohen).

Aqui referi muitos filmes interessantes e com sorte ajudarei alguém a descobrir aquele filme que de outra maneira iria escapar e, exactamente com esse intuito, termino deixando duas listas que ajudam a delinear melhor as minhas expectativas cinematográficas para 2007… Certamente que existiram mais surpresas, bem como outras quantas desilusões… De qualquer maneira, mesmo que não seja um momento para profundas (e necessárias) mudanças na indústria, estou confiante de que este novo ano será bem mais positivo que o anterior.


Top 10 – Filmes mais esperados (por ordem alfabética)

- Grindhouse

- Harry Potter and the Order of the Phoenix

- Hot Fuzz

- Pirates of the Caribbean: At Worlds End

- Shrek the Third

- Spider-Man 3

- Stardust

- The Bourne Ultimatum

- The Other Boleyn Girl

- Zodiac


Top 10+1 – Curiosidade (por ordem alfabética)

- American Gangster

- Beowulf

- Black Snake Moan

- Charlie Wilson's War

- Disturbia

- Essayette

- Rails & Ties

- Rendition

- Sweeney Todd

- The Brave One

- 300 (Escapou-me durante a pesquisa inicial para este post mas, sem dúvida, a adaptação da obra de Frank Miller aparenta ser um grande filme, como confirmam as críticas de quem já o viu no festival de Berlim, há duas semanas.)

domingo, fevereiro 25, 2007

Sleepless

Sente-se cansado mas não consegue adormecer? Toma medicamentos atrás de medicamentos para dormir e os mesmos nunca resultam? Sente saudades daquelas historias de embalar que a sua mãe contava e que nunca sabia o final porque adormecia a meio?

Nós temos o que precisa!

The Good Shepherd

Garantimos sono profundo entre a primeira ou quinquagésima hora do filme.

Serviço disponível num cinema perto de si. *

sábado, fevereiro 24, 2007

79th Academy Awards (Oscars, B.)

The English Patient, Titanic, Shakespeare in Love, American Beauty, Gladiator, A Beautiful Mind, Chicago, Lord of the Rings, Million Dollar Baby e Crash, nos últimos 10 anos os vencedores do Oscar para melhor filme. É já neste Domingo (ou segunda-feira, dependendo do ponto de vista) que ficaremos a conhecer, a partir do Kodak Theatre em Los Angeles, qual a película que terá a oportunidade de se juntar a estes e outros títulos fantásticos que, ao longo dos 87 anos corridos desde a primeira cerimónia, têm vindo a construir a história do cinema.

Apesar de eu estar à espera dos primeiros Oscars apresentados pelo Sr. Conan O’Brien (talvez em 2009 ou 2010, depois de ele estar bem instalado em LA no seu Tonight Show), John Stewart fez um bom trabalho na última edição e, portanto, fiquei com a iDeia que seria para repetir em 2007… Estava enganado. Desta feita é Ellen DeGeneres que vai liderar as hostes na Noite das estrelas, a mais esperada do ano nos Estados Unidos coincidindo com uma das maiores transmissões televisivas a nível mundial (teremos delay este ano?). E para conduzir tudo graciosamente, carregando a noite de boa disposição, confio plenamente na Ellen, mais do que habituada a estar entre a “gente” do cinema, por exemplo, com entrevistas no seu show, que demonstra uma força qualitativa surpreendente para um programa da manhã.

Estando asseguradas todas as condições para que tenhamos uma festa bem sucedida, sigo de imediato para o que verdadeiramente interessa, a materialização da arte que nos apaixona: os filmes.

À data de hoje, pelos meus registos, vi 52 títulos (exactamente um por semana… curioso) estreados no ano transacto, elegíveis, portanto para receberem uma das tão aliciantes estatuetas douradas. Não foi, contudo, e como já vem sendo normal, um ano cheio de grandes filmes.

Por todo o mundo há cada vez menos gente a ter a ida ao cinema como hábito e, assim sendo, os grandes estúdios apostam em produções gigantescas com proveitos previsivelmente garantidos mas sacrificando, muitas vezes, a qualidade, em favor de maus (mas bonitos) actores e ainda piores (mas fáceis de compreender) argumentos, capazes de apelar ao grande público através de uma ou duas explosões e, quem sabe, uma ou outra cena de nudez (não necessariamente relevante(s) para a história).

Ainda assim, nem é tudo mau. Com a consolidação deste cenário passou a dar-se muito mais atenção ao cinema independente, como comprovam, por exemplo, a vitória de Crash em 2006 e a presente nomeação de Little Miss Sunshine, uma das muitas com que concordo, apesar de haver, no meu ponto de vista, várias injustiças que tentarei evidenciar de seguida, com a análise às principais categorias, cujos nomeados tive a oportunidade de ver, quase na totalidade, à excepção de Marie Antoinette, Monster House, Notes on a Scandal e The Good German (se entretanto um deles me conquistar, certamente que virei aqui reflectir as respectivas alterações).

Notas de 1 a 10 segundo esta legenda:
10 – Excelente
9 – Muito bom
8 – Bom
7 – Positivo
6 – Medíocre
(e, não que para aqui seja preciso, mas…)
5 – Mau, com algum nível de profissionalismo
4 – Muito mau, com algum nível de profissionalismo
3 – Péssimo, com algum nível de profissionalismo
2 – Muito mau, com muito pouco profissionalismo

1 – Péssimo, com muito pouco profissionalismo

Best Motion Picture of the Year

A minha escolha

Letters from Iwo Jima (10)

Decisão difícil esta. Para mim, houve, em 2006, três filmes a atingir a excelência, cada um na sua categoria. Para além deste, que considero o melhor, também Pirates of the Caribbean: Dead Man's Chest e The Prestige mereceram nota máxima.

Acabei por me decidir pelo segundo capítulo da saga de Iwo Jima, brilhantemente liderada por Clint Eastwood. As razões? Muito simples. Não consegui achar nada de mau a apontar. Excelente realização, muitos e bons actores, com a acção a desenrolar-se num ambiente espectacularmente genuíno. Para além da perfeição técnica, a história é muito boa, fazendo-nos acompanhar a batalha, sob o ponto de vista Japonês, com a dicotomia Humanidade/Nacionalidade, brilhantemente explorada, através do General e de um mero soldado, cujos destinos se vão cruzando ao longo das quase duas horas e meia de filme.

Sozinho é um dos melhores filmes do séc. XXI e pode retirar-se uma ainda melhor experiência vendo primeiro a prequela, Flags of our Fathers: o ponto de vista americano. Em suma, uma película que fica na história e cuja visualização é absolutamente imprescindível para qualquer fã do bom cinema.


Os injustiçados

The Prestige (10) – Até ter visto o Letters from Iwo Jima, aquele que eu considerava o filme do ano, com o qual Christopher Nolan, de 37 anos, se confirma como um dos melhores realizadores/argumentistas da actualidade, depois de Memento e Batman Begins.

A história centra-se em dois ilusionistas rivais na perseguição cega pela supremacia de um em relação ao outro. Com Hugh Jackman e Christian Bale nos principais papeis, estamos perante o filme mais surpreendente em muitos anos (talvez desde Memento), com final muito difícil de prever e que nos prende a atenção de uma forma constante, através de uma boa realização, cenografia muito acima da média mas, e, sobretudo, de um argumento de altíssima qualidade, brilhantemente adaptado pelos irmãos Nolan a partir do livro de Christopher Priest.

Justificava, sem dúvida, a nomeação nesta categoria e, se ainda não viram, é imperativo que o façam assim que surja a oportunidade (O DVD está para breve).


Pirates of the Caribbean: Dead Man's Chest (10) – Depois do sucesso de 2003, havia grandes expectativas para este regresso do Captain Jack Sparrow e seus seguidores. As minhas foram claramente superadas, com duas horas e meia de pura diversão, conciliando isto com a arte do bom cinema, utilizando os, agora tão apetecíveis, efeitos gerados por computador em quantidades correctas e nas situações adequadas.

Uma viagem deslumbrante pelo mundo da fantasia dirigida, mais uma vez, por Gore Verbinski e escrita, de uma forma muito inteligente, por Ted Elliot e Terry Rossio. Johnny Depp, Orlando Bloom e Keira Knightley continuam bem, ajudando este brilhante “Piratas” a tornar-se no “porcorn movie” por excelência. Um filme para todos e que, precisamente por isso, dificilmente mereceria a atenção da Academia, como se veio efectivamente a verificar.

Apocalypto (9) – Em duas palavras: clássico instantâneo. Mesmo daqui a cem anos continuar-se-á a ver esta obra-prima de Mel Gibson, como prova do bom cinema que se fez no século XXI. Não há muitos termos de comparação para um filme como este pois vai muito mais além de tudo aquilo que já tinha sido feito.

Seguindo um jovem membro de uma tribo que personifica toda a força da natureza, Apocalypto é visualmente deslumbrante. Com realização de grande nível e actores desconhecidos mas perfeitos para os papéis que desempenham este é um filme que, apesar de eu não concordar com algumas opções tomadas na conclusão da história (da autoria de Mel Gibson e Farhad Safinia), justificava reconhecimento nesta edição dos Oscars, com nomeações nesta categoria e na de melhor filme em língua estrangeira…

É pena que os responsáveis por estas escolhas sobreponham a opinião politica/comportamento social dos autores à qualidade dos filmes.


Os (restantes) nomeados

Babel (8) – Começo já por dizer: Babel é um bom filme. Ainda assim, parece-me que a sua nomeação, em detrimento de filmes como os que apresentei acima, é exagerada. Apresentando quatro histórias mais ou menos ligadas, espalhadas por vários pontos do mundo, este título é-nos trazido pela mesma dupla de 21 grams, Alejandro González Iñárritu e Guillermo Arriaga, responsáveis pela realização e argumento, respectivamente. A narrativa segue de uma forma muito bem arquitectada e editada, com o storyline japonês a ser o meu preferido. Ainda assim, a verdade é que muitos momentos podiam ter sido melhor explorados, de forma a contribuir inequivocamente para a mensagem interessante que se pretende transmitir.

De qualquer maneira, através das excelentes prestações do elenco, cintilantes, a espaços (como provam duas nomeações que analisarei mais à frente), este Babel é um dos grandes filmes de 2006, ainda que, reafirmo, não considere muito justa a sua inclusão no lote dos cinco nomeados.

The Departed (8) – Um sólido thriller com o mundo do crime em pano de fundo, repleto de muitos actores consagrados, que contribuem com grandes actuações para a realização de Martin Scorsese, bem ao seu estilo. Ainda assim, esta concretização do argumento de William Monahan, não é a melhor das obras do realizador norte-americano, a quem o Óscar vai escapando há já alguns anos. Mais uma vez, The Departed é um bom filme mas, na minha opinião, não o suficiente para merecer a estatueta mais cobiçada.

Little Miss Sunshine (9) – Dos nomeados, o meu segundo favorito, atrás das Cartas de Iwo Jima. Um filme independente que acompanha uma família disfuncional norte-americana na sua determinada aventura para levar a membro mais nova a participar num concurso de beleza, ainda que esta não seja a típica concorrente em eventos dessa natureza.

Com o objectivo de apelar a um público mais vasto, a película foi publicitada, no grande mercado, praticamente como sendo “mais uma” comédia. Ainda que retenha alguns bons momentos a este associados, Little Miss Sunshine está muito para lá do género cómico, com um dramatismo subliminarmente presente em todas as cenas, muito por culpa do esforço que foi posto em dotar cada personagem de uma personalidade fortíssima, bem definida e completamente distinta das outras, possibilitando uma interacção espectacularmente bem delineada pelo argumentista (Michael Arndt) e pelos realizadores (Jonathan Dayton e Valerie Faris) e ainda melhor interpretada pelo elenco.

Se houvesse o Oscar para Best Ensemble Cast, Greg Kinnear, Paul Dano, Alan Arkin, Toni Collette, Steve Carell e, claro, Little Miss Sunshine herself, Abigal Breslin iriam todos para casa com um cavaleiro dourado. É um filme extraordinário, uma pérola que muito me apraz ver devidamente representada nos prémios da Academia. Recomendado a todos.

The Queen (8) – Sem dúvida um grande filme, que assenta muito na brilhante interpretação de Helen Mirren do excelente argumento de Peter Morgan, como Rainha Isabel II. A realização de Stephen Frears é de topo, ajudando, também a transformar este título num dos mais sólidos e bem executados a estrearem no ano transacto.

Como devem saber, a história tenta reflectir a reacção da família real britânica à morte de Diana em 1997, explorando as dificuldades da Rainha em lidar com a situação e em comunicar com o, então recém-eleito, Tony Blair (bem interpretado por Michael Sheen).

Trata-se de uma boa biografia cinematográfica que, segundo muitos britânicos, ilustra bem a personalidade da sua chefe de estado, recomendado a quem se interessar pelo assunto e tiver uma ideia do que se passou há 10 anos no seio da família real britânica.


Menção Honrosa

Casino Royale (9) – Bond está de volta, melhor do que nunca. Não tenho dúvidas em afirmar que Daniel Craig é o melhor 007 de sempre e que este seu primeiro filme é um dos melhores títulos de acção de todos os tempos.

Flags of Our Fathers (9) – Esquecido nas nomeações, é um excelente filme que conta a história por detrás de uma das mais famosas fotografias da história dos Estados Unidos. É a prequela perfeita para a obra-prima Letters from Iwo Jima, na mesma brilhantemente realizada por Clint Eastwood e que retrata a batalha sob a perspectiva americana.

Children of Men (9) – Uma visão futurista quase perfeita, não fossem as imperfeições no final da história. Ainda assim, com um argumento muito interessante, um ambiente sem precedentes na história do cinema (muito ao estilo de Half-Life 2, o jogo) este é um dos meus filmes preferidos de 2006, um dos que mais prazer me deu ver.

Little Children (9) – Ao contrário de Babel, aqui tudo foi muito bem explorado. Uma história de paixão pouco convencional que se encerra nisso mesmo, estendendo tentáculos a várias problemáticas da vida humana, desde as primárias até às mais modernas. Sem dúvida, um dos bons apontamentos cinematográficos do ano, que, sinceramente, pensei vir a ser reconhecido pela Academia.

Lucky Number Slevin (9) – Um filme que passou despercebido a muita gente. Insere-se nas mesmas categorias de The Departed, sendo, na minha opinião, superior.

The Da Vinci Code (9) – A adaptação ao cinema, deu a conhecer, a todos os que não têm o hábito da leitura (onde me incluo-o, apesar de estar precisamente agora a ler este livro), a controversa história de Dan Brown. Muita gente ficou desapontada. Eu não conhecia a história e gostei bastante. Anseio, portanto, pelo Angels & Demons, versão cinematográfica do livro com mesmo nome, da autoria do norte-americano.

Venus (9) – Um filme que vi após saber da nomeação de Peter O’Toole e que me surpreendeu. Não fossem alguns problemas de realização, levava nota máxima. História excelente, cenas inconfortáveis para alguns mas, sem dúvida, um belo filme. This is what movies are all about.

El Laberinto del Fauno (9) – de que falarei mais à frente, quando abordar o Oscar para melhor filme em língua não inglesa.


Best Performance by an Actor in a Leading Role

A minha escolha

Peter O’Toole em Venus (9)

Este histórico actor conta com mais de 80 filmes no seu currículo, é a sua oitava nomeação para um Oscar nesta categoria. Nunca ganhou, apesar de em 2003 lhe ter sido dada uma estatueta honorária sob o mote de que o seu talento deu, à história do cinema, algumas das suas personagens mais memoráveis. É verdade que muitos anos passaram desde Lawrence of Arabia, em 1962, título que lhe valeu a primeira nomeação, mas, ainda assim, e não tendo visto muitos filmes dele, parece-me ser em Venus que Peter O’Toole se apresenta no seu melhor de sempre.

Interpretando o papel de Maurice, um reformado inglês que desenvolve uma relação inesperada com a sobrinha de um amigo, O’Toole faz-nos pedir a nós próprios para que o filme nunca acabe, tal não é a perfeição com que encarna a personagem… Quero explicar melhor, acreditem… mas não sou capaz: só vendo. Apesar de também concordar com a escolha dos outros nomeados, todos com prestações brilhantes, creio que é mesmo Peter O’Toole quem merece a última distinção.


O injustiçado

Johnny Depp em Pirates of the Caribbean: Dead Man’s Chest (10) – Sinceramente, não consigo perceber como esta nomeação não foi feita, por troca, talvez, com Ryan Goslin ou Will Smith. Se fosse nomeado, seria o meu segundo favorito, atrás do supracitado Peter O’Toole.

A forma como Depp interpreta a personagem, o pirata Jack Sparrow, valeu-lhe a nomeação em 2004, aquando do primeiro filme e até por isso, não se compreende a sua ausência da lista de 2006, visto que, neste segundo filme, esteve ainda muitos furos acima. Espero que ele não se importe muito e que toda a equipa dos “Piratas” tenha feito um bom trabalho para a conclusão da saga, a estrear mundialmente em Maio próximo.


Os (restantes) nomeados

Leonardo DiCaprio em Blood Diamond (8) – Para liderar um bom filme, uma grande prestação, ainda melhor do que a já respeitável presença em The Departed. não é a sua interpretação mais brilhante porque há uns anos foi um extraordinário Howard Hughes.

Ryan Goslin em Half Nelson (8) – O professor/treinador Dan Dunne, a contas com o vício da droga, estabelece uma relação muito forte com uma sua aluna de apenas 13 anos. Ryan Goslin está muito bem e torna a sua personagem credível, possibilitando que este pequeno filme se torne em algo de especial.

Will Smith em The Pursuit of Happyness (8) – Um filme (baseado numa história verídica) que me surpreendeu pela sua profundidade emocional, para mim inesperada, e que muito deve à grande interpretação de Will Smith, no papel de Chris Gardner, o seu melhor melhor desde Ali.

Forest Whitaker em The Last King of Scotland (8) – Mais um dos bons filmes de 2006, que este actor norte-americano co-protagoniza espectacularmente, interpretando um Idi Amin assustadoramente genuíno. Performance fascinante, completamente merecedora do Oscar, caso este não vá para o veterano O’Toole.

Menção Honrosa

Ken Watanabe e Kazunari Ninomiya em Letters from Iwo Jima (10) – Se o primeiro já é muito conhecido dos amantes do cinema Ocidental, Kazunari foi uma revelação. Ambos compõem o par que protagoniza o melhor filme do ano, tendo prestações excelentes, bem passíveis de merecerem a nomeação.


Best Performance by an Actress in a Leading Role

A minha escolha

Helen Mirren em The Queen (8)

Perfeito. Absolutamente perfeito. Não há qualquer tipo de contestação em relação a quem merece vencer nesta categoria, não obstante as outras nomeadas também terem estado em grande plano. Daqui a umas décadas, vai ser com este filme e com esta interpretação que os jovens de todo o mundo vão ter o primeiro contacto com essa figura simbólica da história dos nossos tempos, chefe de estado do Reino Unido, Canadá, Austrália e mais uns quantos países… sua alteza, Helen Mirren, que, curiosamente até já recebeu, este ano, dois Globos de Ouro por interpretar os papéis de Rainha Elizabeth I e II.


As (restantes) nomeadas

Penélope Cruz em Volver (8) – Num bom filme, uma senhora que revelou ser uma excelente actriz. A trabalhadora, carinhosa, mas destemida, Raimunda, deu a oportunidade a Penélope de produzir a sua melhor interpretação desde que saltou para a ribalta. Para nós, portugueses, é especialmente interessante vê-la neste filme, dado que a personagem que interpreta podia muito bem ser nossa compatriota, com o factor proximidade a dar-nos uma sensação de familiaridade e empatia imediatas.

Judi Dench em Notes on a Scandal(-) – Não vi.

Meryl Streep em The Devil Wears Prada (7) – Meryl Streep. Muito bom, claro. That’s all.

Kate Winslet em Little Children (9) – A minha favorita, atrás da “Rainha”. Tenho pena que Little Children tenha saído no mesmo ano que The Queen… Sinceramente. A interpretação de Sarah Pierce está realmente ao nível de Kate Winslet, o mais alto possível. Com apenas 31 anos e já com cinco nomeações, posso dizer que esta inglesa é uma das minhas actrizes preferidas. Mesmo que não ganhe, não tenho dúvidas de que vai continuar o bom trabalho e de que muitas mais nomeações se vão seguir.


Best Performance by an Actor in a Supporting Role

A minha escolha

Djimon Houson em Blood Diamond (8)

Desde que o descobri em In America, Djimon Houson tem estado limitado a pequenos papéis. Tudo mudou com Blood Diamond e creio que, apesar de este ter muito mais atributos, só por causa da prestação deste natural do Benin, vale a pena assistir ao filme. Ao longo da história, Solomon, avança por uma aventura repleta de acção mas suportada por uma carga dramática que Djimon transporta para o ecrã de uma maneira exemplar.


O injustiçado

Jack Nicholson em The Departed (8) – Mais uma vez, o meu segundo favorito não foi nomeado. Incompreensivelmente, pois, por exemplo, nesta mesma categoria, o seu colega de filme, Mark Wahlberg (que esteve, ainda assim, bem), foi nomeado por uma prestação que considero inferior.

É espectacular ver Jack Nicholson em acção. Pode ter perdido alguma da versatilidade de outros tempos, mas para uma personagem como Frank Costello, o veterano actor de New York é perfeito, encantando-nos com a sua expressividade e experiência. Já tem três Oscars… bem que podia ter levado aqui o quarto, caso tivesse sido nomeado.


Os (restantes) nomeados

Alan Arkin em Little Miss Sunshine (9) – Mais um histórico que perfaz, assim, um total de três nomeações, sendo que já não era nomeado desde 1969. Alan Arkin é o avô pouco convencional da Little Miss Sunshine, tendo feito uma excelente interpretração, ao nível do que o argumento pedia. Inteiramente justa esta nomeação.

Jackie Earle Haley em Little Children (9) – A seguir às de Houson e Nicholson, para mim, a terceira melhor prestação do ano. O papel de molestador era bom, mas nada fácil de interpretar com efectiva solidez e qualidade. Haley fê-lo e esta é mais uma boa razão para não perder Little Children, um grande filme.

Eddie Murphy em Dreamgirls (8) – Um filme de que gostei, apesar de não ser um grande fã de musicais. Eddie Murphy regressa às produções de qualidade em bom plano, interpretando exemplarmente uma personagem carismática, muito importante para a história, sem me ter, no entanto, conquistado o suficiente para me convencer de que merece este Oscar.

Mark Wahlberg em The Departed (8) – O melhor de sempre de Mark Wahlberg, com uma personagem forte e decidida. Ainda assim, volto a repetir, não se percebe a sua presença, em detrimento de Jack Nicholson.


Best Performance by an Actress in a Supporting Role

A minha escolha

Abigail Breslin em Little Miss Sunshine (9)

Há uns meses, Dustin Hoffman dizia, falando desta pequena Abigail: “She delivered one of the best performances… ever.Eu subscrevo. Com apenas 11 anos de idade (a completar no próximo dia 14 de Abril…), não é possível prever qual vai ser o futuro desta jovem no mundo do cinema. Esperemos que continue a evoluir as suas qualidades, tomando as decisões certas para que a sua carreira possa perdurar.

Impossível é, contudo, ficar indiferente à sua prestação em Little Miss Sunshine… É daquelas que custa explicar, de tão perfeita e genuína que é. Só vendo é que se pode sentir a ligação única que se forma entre a pequena Olive e o espectador. Se houver justiça, esta menina vai ter um brinquedo novo, a partir de Domingo à noite.


As (restantes) nomeadas

Adriana Barraza em Babel (8) – Comovente e impressionante. O melhor de Babel. Se o Oscar for para casa desta mexicana, também fica bem entregue.

Cate Blanchett em Notes on a Scandal (-) – Não vi.

Jennifer Hudson em Dreamgirls (8) – Não ganhou o American Idol? Ainda bem. Está encontrada uma bela actriz e que se sente como peixe na água neste musical de qualidade. Também neste caso, Jennifer Hudson é o melhor de Dreamgirls, colocando-se como a minha segunda favorita na corrida a este Oscar.

Rinko Kikuchi em Babel (8) – Protagoniza a melhor das histórias de Babel. Quando o filme acabou, o que desejei de imediato foi que tivesse sido feito um outro, explorando só e unicamente a vida da surda-muda japonesa. Rinko esteve muito bem e espero vê-la mais vezes em filmes de grande exposição.


Best Achievement in Directing

A minha escolha

Clint Eastwood por Letters from Iwo Jima (10)

Quase perfeita. É o comentário que tenho a fazer à realização de Clint Eastwood em ambos os filmes que abordam a batalha de Iwo Jima. Sendo, sem dúvida o maior candidato à vitória (pelo menos, na minha opinião), ele é, também o injustiçado desta categoria, por não ver reconhecido o seu trabalho em Flags of Our Fathers.

Talvez a personalidade viva mais emblemática na história do cinema, Clint evoluiu de bom actor para excelente realizador, mantendo ainda intacto e mais refinado o dom da representação. “Não pares!”.


Os (restantes) nomeados

Stephen Frears por The Queen (8) – Sem dúvida merecida, esta nomeação premeia o excelente trabalho desenvolvido por este inglês na concretização deste projecto de sucesso. Como já havia dito acima, realização de topo no meu terceiro favorito nesta categoria.

Paulo Greengrass por United 93 (7) – Boa realização. Nada de transcendente, num projecto que eu considero ter sido mal abordado, visto que resultou mais num documentário do que num filme dramático que pretendia ser.

Alejandro González Iñárritu por Babel (8) – Mais uma justa nomeação. Meu segundo favorito, o criador de extraordinários momentos em Babel, que, só tenho pena, não ter, talvez, a solidez de argumento necessária para o transformar num dos melhores filmes de sempre… E daí… terá estado o problema no realizador? Só lendo o argumento…

Martin Scorsese por The Departed (8) – Mais um trabalho muito bom de Martin Scorsese mas, desta vez, não merece ganhar. Não foi o seu melhor… Ou somos nós que estamos mal habituados? A verdade é que a concorrência é forte e a única hipótese de Scorsese ir para casa com este Oscar é se a Academia decidir (erradamente, nestas circunstâncias) premiar a sua carreira.


Best Writing, Screenplay Written Directly for the Screen

A minha escolha

Little Miss Sunshine por Michael Ardnt (9)

Acho que já disse muito acerca da qualidade deste argumento. Ainda assim, hesitei entre Little Miss Sunshine e Letters from Iwo Jima. Acabei por escolher este, visto que nasce única e exclusivamente da visão de um homem, sem ter registos históricos para influenciar a história.

Recupero o que já acima disse, quando falava deste filme, por forma a caracterizar o fantástico argumento da autoria deste estreante.

“Com o objectivo de apelar a um público mais vasto, a película foi publicitada, no grande mercado, praticamente como sendo “mais uma” comédia. Ainda que retenha alguns bons momentos associados ao género, Little Miss Sunshine está muito para lá do género cómico, com um dramatismo subliminarmente presente em todas as cenas, muito por culpa do esforço que foi posto em dotar cada personagem de uma personalidade fortíssima, bem definida e completamente distinta das outras, possibilitando uma interacção espectacularmente bem delineada pelo argumentista.”

Em suma, a maior surpresa do ano, o melhor argumento do ano.


Os (restantes) nomeados

Babel (8) por Guillermo Arriaga – A iDeia é boa, a concretização podia ser melhor. A mim, pessoalmente, parece-me que o argumento tem falhas ao nível da conclusão da narrativa e da interligação de histórias. Ainda assim não posso efectivamente afirmar que a culpa é de Guillermo Arriaga, pois não li o seu trabalho. Ainda assim, creio que se aceita como justa esta nomeação.

Letters from Iwo Jima (10) por Iris Yamashita e Paul Haggis – Extraordinário. Paul Haggis volta à “cena do crime”, depois de Crash, Million Dollar Baby, num ano em que também esteve envolvido em Flags of Our Fathers, Casino Royale, entre outros. Aqui, com a co-autoria de uma história humana em tempo de guerra, reforçando bem o ponto de vista japonês da batalha de Iwo Jima, através dos olhos de dois militares em postos bem diferentes. Tem tudo o que podíamos pedir e, se ganhar o Oscar, é também um justo vencedor.

El Laberinto del Fauno (9) por Guillermo del Toro – História de fantasia fascinante. Um dos filme que mais gostei em 2006 e que assenta muito, para além da espectacular cenografia, no forte argumento deste mexicano.

The Queen (8) por Peter Morgan – Excelente visão da fragilidade que se tornou evidente no seio da família real britânica, imediatamente após a morte de Diana. Um dos grandes candidatos à vitória. Contra a minha vontade, é certo, mas penso que será o vencedor nesta categoria.


Best Writing, Screenplay Based on Material Previously Produced or Published

A minha escolha

Children of Men (9) por Alfonso Cuarón, Timothy J. Sexton, David Arata, Mark Fergus, Hawk Ostby

2027. A raça humana é incapaz de se reproduzir. O milagre acontece, há que proteger a primeira mulher grávida em quase vinte anos. A adaptação, para o grande ecrã, da obra de P.D. James, com o mesmo nome, não foi fácil, como prova a existência de cinco autores deste argumento.

Ainda assim, o cenário criado, toda a envolvente social retratada, toda a espectacular acção (com uma sequência final absolutamente fantástica, diferente e muito melhor do que algo que alguma vez tinha sido feito) juntam-se para tornar emocionante o acompanhamento que vamos fazendo da personagem interpretada por Clive Owen, cuja relação com os animais é apenas um dos pequenos pormenores que fazem este filme tão rico.

Eu não li o livro, mas estou certo de que foi bem aproveitado para fazer um filme de grande qualidade e que recomendo a todos.


Os (restantes) nomeados

Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan (7) por Sacha Baron Cohen, Anthony Hines, Peter Baynham, Dan Mazer, Todd Phillips – Não gosto deste género de humor. Ainda assim, tenho que reconhecer um facto: esta equipa fez um bom trabalho.

The Departed (8) por William Monahan – Muito bom: boa história, boa adaptação, é o meu terceiro favorito, um sólido argumento.

Little Children (9) por Todd Field e Tom Perrotta – Fiquei apaixonado por este argumento que depois foi brilhantemente interpretado e realizado. É bem capaz de ter sido o filme que mais me tocou em 2006. Fugindo aos standards a que estamos habituados, esta história acaba por nos surpreender, fazendo transparecer várias mensagens de uma forma clara e pertinente. Excelente trabalho… Se ganharem, também fico feliz.

Notes on a Scandal (-) por Patrick Marber – Não vi.


Best Animated Feature Film of the Year

A minha escolha

Cars (9)

Só vi dois e não tenho dúvidas. Cars é o melhor. Excelente filme, repleto de boa disposição. A história é boa, a animação por computador é do melhor que já vimos, as vozes são muito bem emprestadas por estrelas bem conhecidas (Gostei muito de ouvir o Jeremy Piven a repetir o seu papel de Entourage).

É notável o processo de humanização que a Pixar impôs aos automóveis. Todos os pormenores estão lá, transformando este num dos melhores filmes de animação de sempre.


Os (restantes) nomeados

Happy Feet (7) – Pinguins jeitosos, bons momentos musicais, uma hora e meia bem passada. Nada mais do que isso. Não merece o Oscar.

Monster House (-) – Não vi.


Best Foreign Language Film of the Year

A minha escolha (dos nomeados, o único que vi)

El Laberinto del Fauno (9)

Uma princesa de um mundo da fantasia, reencarna na Espanha fascista de Franco, na pele de uma menina, filha adoptiva de um Capitão violento e sem escrúpulos. Por intervenção de uma fada, entra em contacto com um Fauno, guardião da sua passagem de regresso às origens. Antes disso, de voltar, a pequena Ofelia tem de passar alguns testes para se certificar de que a sua alma não foi corrompida…

Será isto fruto da imaginação de uma criança… ou uma inesperada realidade? O filme é-nos apresentado num ambiente extraordinário, visualmente apetecível e com um toque de ingenuidade, contrastante com momentos de dura violência, constituindo um hino ao cinema fantástico. Absolutamente a não perder.


Os injustiçados

Apocalypto (9) – Se não foi nomeado para melhor filme. É absolutamente inaceitável que não faça parte da corrida a este Oscar.

Letters from Iwo Jima (10) – Porque penso que um nomeado para prémio de melhor filme, caso seja em língua não inglesa, deve também ser nomeado nesta categoria, como já aconteceu com Wo hu cang long (O Tigre e o Dragão).


Para as restantes categorias passo, somente, a apresentar os meus favoritos:


Best Achievement in Cinematography

Children of Men (9) por Emmanuel Lubezki


Best Achievement in Editing

Babel (8) por Douglas Crise e Stephen Mirrione


Best Achievement in Art Direction

Pirates of the Caribbean: Dead Man’s Chest (10) por Rick Heinrichs e Cheryl Carasik


Best Achievement in Costume Design

The Devil Wears Prada (7) por Patricia Field


Best Achievement in Music Written for Motion Pictures, Original Score

Babel (8) por Gustavo Santaolalla


Best Achievement in Music Written for Motion Pictures, Original Song

Dreamgirls (8) Henry Krieger e Siedah Garrett("Love You I Do")


Best Achievement in Makeup

Apocalypto (9) por Kevin O'Connell, Greg P. Russell e Fernando Câmara


Best Achievement in Sound Editing

Flags of Our Fathers (9) por Alan Robert Murray, Bub Asman


Best Achievement in Visual Effects

Pirates of the Caribbean: Dead Man's Chest (10) por John Knoll, Hal T. Hickel, Charles Gibson e Allen Hall

Best Documentary, Features

An Inconvenient Truth (9)

Best Short Film, Animated

No Time for Nuts


E pronto, o ano cinematográfico está analisado, os dados estão lançados. Alguns concordarão com as minhas opiniões… Outros nem tanto, e por isso conto com comentários e acusações. Amanhã à noite deixemo-nos é conquistar por esta festa impar no mundo da arte: a entrega dos prémios da Academia.